Eisai lança em Portugal primeiro fármaco de uma nova classe terapêutica para a epilepsia 03 de Setembro de 2015 A Eisai lança em Portual a substância ativa perampanel, a primeira de uma nova classe de tratamentos para as crises epiléticas parciais (a forma de epilepsia mais comum), foi lançado ontem em Portugal. A terapêutica está indicada para o tratamento coadjuvante de crises epiléticas parciais com ou sem generalização secundária, em doentes epiléticos com idade igual ou superior a 12 anos.
O perampanel é o único fármaco antiepilético (FAE) licenciado que atua seletivamente sobre os recetores AMPA, uma proteína do cérebro que desempenha um papel fundamental na propagação das convulsões. Este mecanismo de ação é diferente de outros FAE atualmente disponíveis.
Adicionalmente, o perampanel apresenta o benefício de uma maior comodidade, com apenas uma dose única diária ao deitar, sendo o único tratamento para a epilepsia parcial de nova geração aprovado para o tratamento de adolescentes (com 12 ou mais anos) com epilepsia.
A epilepsia é um dos problemas neurológicos mais comuns no mundo e, na Europa, aproximadamente seis milhões de pessoas sofrem desta doença. O sucesso do tratamento das crises parciais continua a ser um grande desafio em alguns doentes e a incidência da epilepsia parcial não controlada continua elevada, não obstante a existência de muitos FAE. Atualmente, entre 20 e 40% dos doentes com epilepsia recentemente diagnosticada tornam-se refratários ao tratamento.
«As novas opções de tratamento como o perampanel são muito importantes para os doentes com epilepsia focais cujas crises não estão controladas com as terapêuticas atualmente disponíveis. Em Portugal, e tal como acontece noutros países, o lançamento de fármacos com mecanismos de ação inovadores é sempre bem recebido pelos médicos que tratam estes doentes», afirmou, em comunicado, Nuno Canas do departamento de Neurologia do Hospital Beatriz Ângelo e do grupo de cirurgia da epilepsia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
O lançamento do perampanel em Portugal baseia-se em três estudos pivotais globais de fase III aleatorizados, em dupla ocultação, controlados por placebo, de escalonamento de dose, (304, 305, 306) e num estudo de extensão aberto (307). Os três estudos globais e pivotais revelam resultados consistentes na eficácia e tolerabilidade do perampanel como uma terapêutica coadjuvante em indivíduos com crises parciais, com ou sem generalização secundária. Os efeitos adversos mais comuns são tonturas, sonolência, cansaço, dores de cabeça, quedas, irritabilidade e ataxia. Os resultados do estudo de extensão aberto também demonstram a eficácia e o perfil de tolerabilidade favorável do perampanel a longo prazo.
|