
Helder Mota Filipe, que lidera a Lista A, volta a candidatar-se ao cargo de bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF).
Na brochura, onde são apresentadas as linhas programáticas, esclarece que no segundo mandato (a sua lista é a única a concorrer aos órgãos nacionais) “daremos continuidade ao trabalho desenvolvido no mandato iniciado em 2022″, sendo que “o programa que apresentámos na altura foi largamente concretizado”. Não obstante, “queremos mais”.
Neste sentido, Helder Mota Filipe afirma que “continuaremos a desenvolver e a afirmar a profissão farmacêutica, nomeadamente através da implementação das competências farmacêuticas, de novos serviços clínicos e da garantia de oferta formativa que os suporte, mas também através da promoção de grupos de interesse em diversas áreas estratégicas da profissão”.
Eis as linhas programáticas para o próximo mandato:
Transparência, Independência, Utilidade e Proximidade
“Consolidar a otimização e a gestão do funcionamento da Ordem dos Farmacêuticos com planeamento, monitorização e controlo transparentes e sustentáveis. Garantir uma Ordem útil e próxima que responsa às reais necessidades dos farmacêuticos, com um elevado nível de serviço.
- Reforçar a independência da Ordem relativamente a outras estruturas da profissão e da sociedade, deixando claro que a Ordem apenas se considera dependente da lei, da vontade dos seus associados e dos melhores interesses dos doentes e da sociedade;
- Assegurar a descentralização das atividades da Ordem, contribuindo para uma maior proximidade com todos os farmacêuticos;
- Manter uma cultura de transparência e prestação de contas aos associados;
- Construir uma comunicação fácil e efetiva com os associados;
- Criar uma área pública com os principais indicadores de gestão da Ordem;
- Realizar visitas Distritais e Regionais de proximidade;
- Desenvolver meios que garantam uma resposta rápida dos serviços da Ordem dos Farmacêuticos, assegurando que respondem às reais necessidades dos seus associados;
- Implementar uma política de utilização da sede da Ordem que promova e incentive os farmacêuticos, e a sociedade em geral, a utilizá-la para eventos que dignifiquem a profissão.”
Juventude Farmacêutica e a Ordem
“O envolvimento da geração vindoura é essencial ao fomento da profissão. O futuro dos farmacêuticos depende dos que estão a iniciar ou em fases mais precoces do seu percurso profissional. É fundamental apostar numa Ordem dos Farmacêuticos sem barreiras ou formalismos desnecessários, de forma a incluir a participação proativa dos jovens.
- Reforçar a aproximação da Ordem dos Farmacêuticos aos seus associados e das suas associações profissionais;
- Renovar o Conselho da Juventude Farmacêutica, que incluirá jovens farmacêuticos nomeados pelas associações e representantes das diversas áreas profissionais com a missão de discutir assuntos relevantes para a profissão e apresentar propostas à direção nacional;
- Promover o conhecimento sobre as atribuições e competências da Ordem e o seu reconhecimento junto dos estudantes e dos jovens farmacêuticos, de forma proativa, de acordo com um plano dedicado;
- Estimular nos jovens farmacêuticos a motivação para fazerem parte da Ordem e que a compreendam como um espaço em prol da profissão. A cerimónia de compromisso farmacêutico é um marco importante na vida dos novos farmacêuticos e deverá manter-se com periodicidade anual.
- Promover eventos dinamizados por jovens farmacêuticos ou pelas suas organizações, que aproximem os jovens da Ordem dos Farmacêuticos;
- Divulgar informação sobre a profissão e as oportunidades de participação na vida da Ordem dos Farmacêuticos, através da utilização de plataformas digitais e outras novas ferramentas tecnológicas que permitam uma maior abertura da OF aos farmacêuticos jovens;
- Promover e incentivar a retenção de talento na profissão farmacêutica e em Portugal, sobretudo nas áreas que apresentem maiores desafios;
- Incentivar a inclusão e a participação de jovens associados da OF em grupos e eventos internacionais (ex.: FIP).”
Desenvolvimento Profissional, Competências, Especialização e Carreiras
“A profissão farmacêutica encara desafios renovados que merecem o saber, o rigor e a qualidade do desempenho dos seus profissionais. A adequada integração do conhecimento que resulta da evolução científica e profissional, asseguram um desenvolvimento bem-sucedido da profissão, permitindo corresponder às exigências dos doentes e da sociedade.
- Criar as competências de Saúde Pública, Investigação Clínica, Medicina Farmacêutica e Gestão em Saúde;
- Analisar, no seio do Conselho para a Qualificação e Admissão, a possibilidade de criar outras competências que alarguem as áreas de especialização e desenvolvam novas vertentes de intervenção do farmacêutico como profissional autónomo, dentro e fora das unidades prestadoras de cuidados de saúde, aumentando também a sua competitividade no mercado de trabalho;
- Articular com os decisores políticos o reconhecimento das atuais especializações e influenciar politicamente a definição de níveis de competências dentro da profissão e relativamente a outras profissões da saúde, aumentando a diferenciação e melhorando a qualidade da prestação dos serviços e cuidados de saúde aos cidadãos;
- Desenvolver um plano estratégico de formação, transversal a toda a Ordem e do conhecimento de todas as entidades formadoras;
- Desenvolver oferta formativa gratuita em áreas identificadas como relevantes e prioritárias e adequada às necessidades do mercado;
- Criar o Conselho para o desenvolvimento profissional, com prioridade para a definição e implementação de um plano estratégico de normas profissionais a publicar;
- Manter a criação e dinamização de grupos de interesse em áreas estratégicas;
- Apoiar a formação dos farmacêuticos no âmbito do acesso à especialidade.”
Serviços Farmacêuticos Diferenciados e Sustentáveis
“Para o reconhecimento do essencial papel de proximidade à população que o farmacêutico desempenha é necessária uma maior estruturação das suas intervenções. A intervenção do farmacêutico gera ganhos em saúde. É fundamental dar lugar à promoção e ao enquadramento regulamentar dos serviços farmacêuticos.
- Manter e reforçar a promoção da atividade do farmacêutico comunitário enquanto gestor de saúde do cidadão e a sua intervenção em situações clínicas ligeiras, contribuindo ainda para o alívio da pressão nos cuidados de saúde hospitalares e primários;
- Propor novos serviços farmacêuticos nas diversas áreas de atividade clínica, demonstrando os consequentes resultados em saúde e a mais-valia para o sistema e, particularmente, para o SNS;
- Adequar o reconhecimento de novas competências às necessidades dos serviços farmacêuticos pela sociedade;
- Incentivar o enquadramento regulamentar para reconhecimento do valor gerado pelos serviços farmacêuticos prestados;
- Promover junto da academia a inclusão ou aprofundamento de unidades curriculares orientadas para a promoção e valorização da prestação de serviços à sociedade.”
Relação com as Organizações da Profissão e a Academia
“A relação contínua entre a Ordem, a academia e as organizações profissionais é o motor da evolução da profissão farmacêutica, em todas as suas áreas de intervenção da atualidade, assim como na exploração de novos caminhos para o futuro.
- Colaborar com a academia contribuindo para a formação pré e pós-graduada do farmacêutico, adaptando-a às necessidades da sociedade, acompanhando a evolução do conhecimento;
- Promover o mestrado integrado em ciências farmacêuticas, dando a conhecer a profissão farmacêutica aos estudantes do ensino secundário;
- Desenvolver sessões informativas, junto das associações de estudantes, para que os estudantes do mestrado integrado de ciências farmacêuticas tenham contacto precoce com a Ordem dos Farmacêuticos (OF) e a profissão nas suas diferentes vertentes;
- Incentivar a produção de conhecimento e geração de evidência científica de qualidade com base na prática profissional, adaptada às mais diversas áreas da atividade, alargando os horizontes de intervenção do farmacêutico;
- Aproximar a academia e as entidades de exercício profissional promovendo novas saídas profissionais e o desenvolvimento económico nas áreas de atividade farmacêutica;
- Incentivar uma relação forte, confiável e colaborativa, mas independente, entre a OF e outras estruturas relevantes para a profissão.”
Envolvimento na Definição das Políticas de Saúde
“A voz dos farmacêuticos deve ser ouvida pelos decisores políticos. A capacitação e envolvência dos profissionais junto de entidades com poder de decisão, a geração de evidência científica e a sua translação para a ação política serão ferramentas a desenvolver, como forma de afirmar a profissão.
- Defender a valorização dos farmacêuticos, promovendo que sejam dotados de todas as condições, incluindo remuneratórias, para o desempenho da sua atividade de forma digna e alinhada com a sua competência e relevância profissional;
- Monitorizar e aperfeiçoar a implementação do novo estatuto da Ordem dos Farmacêuticos, sempre que forem identificadas incoerências;
- Dialogar com os decisores políticos, governo, parlamento, autarquias, partidos, entre outros, identificando antecipadamente os temas relevantes para os farmacêuticos e a sua translação para políticas e legislação;
- Desenvolver propostas a apresentar aos decisores, em áreas específicas, sempre que necessário;
- Colaborar com outras entidades, nomeadamente as da Academia, para elaboração de estudos e geração de evidência que permita servir de base às propostas a apresentar pela OF.
- Manter a estratégia de reunir o Conselho Farmacêutico Nacional, promovendo o debate, com as principais entidades do setor, de temas da atualidade farmacêutica;
- Acompanhar a evolução da revisão da legislação farmacêutica europeia e analisar a adaptabilidade para o contexto nacional.”
Maior e Melhor Acesso a Medicamentos, Produtos de Saúde e Cuidados Farmacêuticos
“É essencial reforçar a atuação do farmacêutico no processo global desde a investigação, à dispensa e à monitorização do seu uso seguro. A partilha entre as várias áreas de atuação será essencial.
O conhecimento dos medicamentos, validação farmacêutica das prescrições, mas também o acompanhamento da sua utilização e da obtenção dos resultados esperados só será alcançado com o conhecimento da informação relacionada com o doente e o medicamento.
- Incentivar a intervenção dos farmacêuticos em áreas estratégicas, nomeadamente, dispositivos médicos, inteligência artificial, one health, saúde mental e terapias avançadas;
- Promover ativamente o acesso universal dos cidadãos aos medicamentos e outros produtos de saúde, com qualidade e segurança;
- Fomentar o envolvimento do farmacêutico, aos diversos níveis, nas decisões sobre financiamento e regras de utilização de medicamentos e outros produtos de saúde;
- Exigir ferramentas que permitam a eficaz a partilha de informação entre farmacêuticos comunitários e hospitalares;
- Promover a implementação das medidas contempladas no documento da estratégia para as Análises Clínicas e Genética Humana.
- Monitorizar a implementação da dispensa em proximidade de medicamentos e outros produtos de saúde prescritos para ambulatório hospitalar;
- Solicitar melhorias no serviço de renovação da terapêutica crónica;
- Exigir a validação, em tempo real, da situação de inscrição dos farmacêuticos na Ordem, aquando das suas intervenções profissionais, bem como o acesso aos dados de saúde relevantes que lhes permitam exercer as suas funções de forma adequada, sempre que autorizados pelo doente;
- Incentivar o registo das intervenções farmacêuticas, evidenciando assim a sua relevância, garantindo a normalização de procedimentos e a evidência das melhores práticas entre instituições.”
Apoio Jurídico (Ética e Deontologia) ao Exercício da Profissão
“A ética e a deontologia farmacêuticas são a base de todo o exercício da profissão. O acompanhamento jurídico aos farmacêuticos é fundamental como forma de preservar as condições adequadas para o desempenho profissional nas diversas áreas de atividade e proteger os valores da profissão.
- Consolidar o novo Código Deontológico, nomeadamente nas áreas assistenciais da profissão, com o suporte do Conselho Nacional de Deontologia Farmacêutica;
- Reforçar a intervenção do Conselho Nacional de Deontologia Farmacêutica, assegurando uma presença da Ordem na discussão sobre os principais temas que relacionam com a ética e as ciências da vida;
- Monitorizar as reclamações e denúncias apresentadas à Ordem;
- Criar gabinete jurídico com competência específica para apoio, atempado e tecnicamente robusto, aos associados sobre a proteção dos seus direitos éticos e deontológicos nas diversas áreas da atividade profissional.”
Colaboração com Associações de Doentes e a Sociedade
“A aproximação da Ordem dos Farmacêuticos às associações de doentes permitirá utilizar sinergias para melhores cuidados de saúde, reconhecendo a posição do doente no centro do sistema.
- Manter o diálogo permanente com as associações de doentes, identificando ações que estejam de encontro às expectativas e necessidades dos doentes, dos seus familiares e cuidadores.
- Promover sinergias com as associações de doentes em áreas que permitam o desenvolvimento da profissão farmacêutica e das associações e o seu reconhecimento pela sociedade;
- Manter a ligação com as outras ordens profissionais na área da saúde e a intervenção da OF no Conselho Nacional das Ordens Profissionais.”
Assuntos Internacionais e Cooperação
“O desenvolvimento das atuais e futuras ligações externas da Ordem dos Farmacêuticos a organizações europeias e internacionais da área da Saúde e do setor farmacêutico em geral, reforça as relações bilaterais, permite a troca de informação especializada e a afirmação internacional dos farmacêuticos portugueses.
- Apoiar as organizações farmacêuticas dos países lusófonos, nomeadamente através da AFPLP e da CPLP;
- Manter a colaboração e a intervenção nas organizações profissionais congéneres, europeias e internacionais;
- Manter e reforçar os laços com as organizações políticas europeias e internacionais, como o caso do Parlamento Europeu, Conselho Europeu, Comissão Europeia, Conselho da Europa, EMA, OMS, entre outros;
- Promover a participação da Ordem dos Farmacêuticos em consórcios internacionais, que permitam o envolvimento em projetos para o desenvolvimento do conhecimento e a captação de financiamento;
- Executar o Projeto CT-Luso – Projeto de Capacitação Ética e Regulamentar na área dos Ensaios Clínicos nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa;
- Apoiar e incentivar a atividade do Conselho Nacional para a Cooperação, que execute a estratégia da Ordem nesta área;
- Criar uma plataforma de debate dos Farmacêuticos da Diáspora, que reúna colegas de diferentes países e áreas profissionais.”
Organização Interna
“O foco desta candidatura é nos associados. A manutenção e reforço de um modelo organizacional simples, flexível e que favoreça a troca de informação, sujeito a melhoria contínua, será um pilar essencial para o desenvolvimento de uma Ordem dos Farmacêuticos que responda, de forma segura e eficaz, às necessidades dos associados, presentes e futuras.
- Criar um Conselho de Compliance/Governance, focado na organização interna e na articulação entre as diferentes estruturas da Ordem, que contribua para a implementação de soluções geradoras de eficiências e para a melhoria contínua da Ordem;
- Restruturar os sistemas de informação da OF, uniformizando bases de dados e sistemas de contabilidade em todas as estruturas da Ordem;
- Adotar um sistema de CRM (Customer Relationship Management) para aumentar a qualidade dos serviços prestados através de um melhor conhecimento dos farmacêuticos inscritos na Ordem;
- Executar e defender uma política ambiental, de forma a conhecer e melhorar a pegada ecológica da OF, evidenciando os seus resultados enquanto garantia de exemplo não só aos seus membros, mas também a toda a sociedade civil.”
A Lista A
De acordo com informações do portal da OF, a lista é constituída por:
DIREÇÃO NACIONAL
- Rui Manuel Amaro Pinto (CP 8769)
- Catarina Maria Vicente De Oliveira Coelho (CP 10920)
- Dario Miguel Tomé Vicente De Bastos Martins (CP 14729)
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
- Presidente: José Manuel Vieira Gavino (CP 5932)
- Cláudia Sofia dos Santos Afonso Pinheiro (CP 12321)
-
Ana Margarida Molhinho Advinha (CP 25039)
CONSELHO JURISDICIONAL NACIONAL
- Presidente: Maria Filomena Leal Cabeça (CP 7020)
- Luísa Maria Moreira Alves Pinto Correia (CP 10109)
- José António Lopes Feio (CP 7862)
- Alexandre José Lopes Guedes da Silva
- Carla Liliana Ferreira Barbosa Baptista
CONSELHO DE SUPERVISÃO
- Maria da Luz Torégão Romão Sequeira (CP 6325)
- Isabel Maria Martins Portugal de Abreu (CP 6464)
- Jorge Manuel Moreira Gonçalves (CP 7448)
- Ana Cristina Filipe Lopes (CP 8428)
- Maria Isabel de Sousa Rocha (CP 8893)
- Rui Manuel de Medeiros Melo Silva (CP 24094)
- Agostinho Almiro de Almeida
- António Jorge Lopes de Jesus
- Carla Susana Silva Dias Reis Ascenso
- Liliana Inácio Bernardino
- Pedro Miguel Barata de Silva Coelho
- Pedro Miguel Pimenta Góis
As eleições
As eleições para os órgãos nacionais e regionais da Ordem dos Farmacêuticos vão decorrer entre os dias 1 e 8 de fevereiro de 2025.
O sufrágio vai decorrer exclusivamente com recurso ao voto eletrónico, através de uma plataforma específica que garante a autenticidade e o caráter secreto do voto de cada eleitor, bem como a auditabilidade de todo o processo eleitoral.