Em 2013 foram diagnosticados 1.093 casos de infeção por VIH 21 de novembro de 2014 No ano passado, houve 1.093 casos de diagnóstico de infeção por VIH em Portugal, segundo o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, o que dá uma taxa de 10,5 novas infeções por cada 100.000 habitantes, noticiou o “Público”. Há mais do dobro de homens a contrair o vírus. «O número de novos diagnósticos em homens foi 2,4 vezes superior ao registado em mulheres», lê-se no “Relatório VIH/Sida: a situação em Portugal a 31 de Dezembro de 2013”, divulgado nesta sexta-feira. Em termos absolutos, dos 1.089 casos de novos contágios entre adultos registados no ano passado, 770 afetaram homens. Outro dado relevante é que metade dos casos referentes a adultos corresponde a indivíduos com 40 ou mais anos de idade. O contacto heterossexual foi o modo de transmissão do VIH mais frequente, tendo correspondido a 61% dos novos casos. Por outro lado, os homossexuais totalizaram 43% dos novos casos de infeção em indivíduos do sexo masculino, sendo que os casos de contágio entre homossexuais tendem a afetar indivíduos mais jovens, em comparação com os casos de contágio entre heterossexuais. Dito de outro modo, metade dos homossexuais tinha 32 anos ou menos, à data do diagnóstico. Esta diferença na idade mediana à data do diagnóstico pode sugerir que a transmissão entre os homossexuais ocorre em idades mais jovens, sim, mas pode traduzir também «um melhor acesso aos cuidados de saúde, incluindo ao diagnóstico». Os casos associados ao consumo de drogas representaram apenas 7% do total, ainda segundo o relatório elaborado pelo Departamento de Doenças Infeciosas do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e pelo Programa Nacional para Infeção VIH/Sida da Direcção-Geral da Saúde (DGS). O documento precisa ainda que numa larga percentagem dos novos casos diagnosticados em 2013 foram encontrados valores de CD4 inferiores a 350 células/mm3, o que equivale a dizer que são casos que comportam «um maior risco de mortalidade e morbilidade, custos mais elevados em cuidados de saúde e oportunidades perdidas no controlo da epidemia VIH em Portugal». Numa fase mais avançada do contágio, as autoridades de saúde contabilizaram ainda 322 novos casos de sida. Entre 2000 e 2012 registou-se uma redução média anual de 7,4% no número de novos casos notificados. Ainda no ano passado, foram também notificadas 226 mortes de indivíduos infetados pelo VIH, dos quais 145 estavam no estádio sida. «A maior frequência de mortes registou-se em heterossexuais e indivíduos com história de uso de drogas injetáveis», descreve o relatório, para precisar ainda que «48% das mortes em heterossexuais ocorreram nos cinco anos subsequentes ao diagnóstico». Já quanto aos toxicodependentes que morreram no ano passado, em 55% dos casos a morte ocorreu dez ou mais anos depois do diagnóstico de infeção por VIH. No capítulo dedicado aos casos de infeção por VIH em crianças em menos de 15 anos de idade, o relatório conta 479 casos registados desde 1984, ano em que foi diagnosticado o primeiro caso pediátrico (quatro novos casos em 2013, a maioria dos quais afetando crianças que nasceram fora de Portugal). Aqui, o modo de transmissão mais frequente foi mãe-filho, sendo que, «desde a introdução do rastreio na gravidez e da terapêutica anti-retroviral profilática, o número de casos diagnosticados diminuiu continuamente». Além do aumento de novos diagnósticos de infeção por VIH em rapazes homossexuais, o relatório sublinha uma outra tendência na evolução da epidemia em Portugal: a elevada percentagem de diagnósticos tardios em heterossexuais de meia-idade. |