07 de Janeiro de 2015 Em 2013 morreram 184 pessoas com substâncias ilícitas no organismo, 12% das quais por overdose, com presença principalmente de opiáceos, cocaína e metadona, mas registando-se já um aumento da presença de drogas sintéticas. Estes dados constam do relatório anual “A situação do país em matéria de drogas e toxicodependência 2014”, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), hoje apresentado na Assembleia da República. Salvaguardando não terem sido disponibilizados atempadamente os dados de 2013 do Instituto Nacional de Estatística relativos à mortalidade relacionada com o consumo de drogas, o documento lembra que em 2012 voltou a registar-se um aumento no número destas mortes, depois de uma diminuição entre 2010 e 2011. Citando os registos específicos do Instituto de Medicina Legal, o relatório indica que, em 2013, dos 184 óbitos com a presença de pelo menos uma substância ilícita e com informação sobre a causa de morte, 22 (12%) foram considerados overdoses (menos 24% em relação a 2012). Entre as substâncias detetadas nestas overdoses, estavam presentes opiáceos em 46% dos casos, seguindo-se-lhe a cocaína (36%) e a metadona (27%). «É de notar, enquanto tendência emergente, embora ainda com valores residuais, a ocorrência de overdose com a presença de drogas sintéticas», sublinha o relatório, citado pela “Lusa”. Em quase todas as overdoses (91%) foram detetadas mais do que uma substância, sendo de destacar em associação com as drogas ilícitas, as overdoses com a presença de álcool (36%) e benzodiazepinas (50%). Relativamente às outras 162 causas de mortes com a presença de pelo menos uma substância ilícita (ou seu metabolito) no organismo, estas foram sobretudo atribuídas a acidentes (44%), seguindo-se-lhes a morte natural (33%), suicídio (12%) e homicídio (7%). No que se refere à mortalidade relacionada com o VIH/Sida, de acordo com as notificações de óbitos recebidas no Instituto Nacional de Saúde (INSA), foram notificados 101 óbitos em 2013 associados à toxicodependência, 69 dos quais já em fase de Sida. A distribuição das mortes por infeção de VIH segundo o ano do óbito evidencia uma tendência decrescente de mortes ocorridas a partir de 2002, mais acentuada nos casos associados à toxicodependência. No entanto, nos casos diagnosticados mais recentemente, a mortalidade observada continua a ser superior nas categorias de transmissão associadas à toxicodependência comparativamente aos restantes casos, o que poderá estar relacionado, entre outros, com o diagnóstico mais tardio neste grupo de risco. Relativamente aos utentes em tratamento em ambulatório, o relatório aponta para uma «descida significativa» nas proporções de novas infeções pelo VIH em 2010 e 2011, mantendo-se estáveis nos últimos três anos, tal como as novas infeções de hepatites B e C, que não têm apresentado variações relevantes. No contexto prisional, entre os reclusos em tratamento da toxicodependência, as prevalências de doenças infeciosas enquadram-se no padrão do meio livre. Nas notificações anuais da infeção VIH/SIDA, continua a registar-se um decréscimo, tendência que se mantém mais acentuada nos casos associados à toxicodependência. |