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Em risco qualidade no hospital Garcia de Orta, diz sindicato de médicos

31 de julho de 2014

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) garantiu ontem haver «situações problemáticas» no Hospital Garcia de Orta que «colocam em risco a qualidade da prestação de cuidados de saúde à população».

Num comunicado com o título “Degradação do Hospital Garcia de Orta” o sindicato diz que tem vindo a denunciar há mais de um ano os problemas no hospital, como a saída de grande número de profissionais, o recurso a empresas de tarefeiros ou o encerramento de serviços e falta de material.

O sindicato dá como exemplos dos riscos para a qualidade da prestação de cuidados de saúde o que diz ser o constante caos na urgência, o adiamento de cirurgias e paralisação de blocos operatórios, e a dispersão de doentes para serviços não vocacionados.

«Perante isto, o conselho de administração do Hospital Garcia de Orta tem mostrado uma gestão autocrática e autista, que compromete seriamente a adequada gestão de recursos humanos e materiais», diz o SMZS, acrescentando que o ministro da Saúde tem conhecimento da situação e não tem atuado «nem parece estar interessado».

O comunicado do sindicato surge um dia depois de ter sido divulgado que mais de 40 diretores de serviço do Hospital Garcia de Orta, em Almada, subscreveram um documento que revela situações graves na instituição, como o adiamento de cirurgias, consultas e exames por falta de profissionais e equipamentos ultrapassados.

Depois da divulgação do documento pela imprensa o conselho de administração do Hospital disse que se gerou um «alarmismo desnecessário» e que as «situações ou problemas graves não correspondem à realidade» da instituição.

E logo a seguir a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo veio também garantir que estão asseguradas «todas as condições» que permitem ao Hospital Garcia de Orta manter «os cuidados adequados à população».