Em entrevista ao Nascer do Sol, Ema Paulino, líder da Associação Nacional das Farmácias (ANF), disse que as farmácias estão disponíveis para ajudar, caso seja necessário o reforço da vacinação.
Além disso, a presidente da ANF acredita que será necessário procurar uma solução prévia para a entrada das farmácias na rede do sistema nacional de saúde.
“Os centros de vacinação, tal como estão organizados, são estruturas que não são sustentáveis no tempo, ou seja, muito provavelmente não se vão perpetuar e será necessário preparar a possibilidade de as farmácias poderem entrar na rede”, afirmou a presidente da ANF.
Sobre a importância dos farmacêuticos durante a pandemia, Ema Paulino admitiu que gostaria de ter visto um maior envolvimento das farmácias numa fase mais atempada das medidas de testagem à população. Nesse sentido, a líder associativa criticou também o Governo pela ausência de uma comunicação constante com as farmácias.
“Se tivéssemos uma plataforma de diálogo permanente, onde pudéssemos também participar dessas discussões e dessa monitorização da situação epidemiológica, podíamos, desde logo, ir apresentando as nossas recomendações e sermos envolvidos nas soluções”, lamentou a presidente da associação, em declarações àquele jornal.
A presidente da ANF enalteceu o papel das farmácias durante a pandemia, esclarecendo que, por diversas ocasiões, foram um suporte para a população, especialmente em assuntos relacionados com a toma de medicação e tratamentos para doentes crónicos.
Aliás, Ema Paulino lembrou que houve entregas de medicamentos ao domicílio, reforçando posteriormente que os farmacêuticos têm uma “capacidade muito grande de adaptação” aos novos desenvolvimentos em contexto pandémico.
A atual líder da associação fez um balanço positivo destes primeiros meses e sublinha que tem estado a trabalhar nas linhas pragmáticas da campanha eleitoral, como a revisão estatutária e a reorganização dos serviços do grupo da associação.
Sobre as contas da ANF, Ema Paulino revela que a auditoria já foi iniciada, confirmando, de seguida, uma “situação financeira preocupante”. No entanto, explica que a nova direção está em negociações com a banca, com o intuito de restruturar a dívida e reequilibrar as contas da tesouraria.
Ema Paulino afirmou que tem existido abertura por parte das instituições bancárias, até porque considera não se tratar de “uma situação de falência”.
“Com uma reestruturação da dívida bancária, que é um instrumento utilizado pelas empresas quando se deparam com este tipo de circunstâncias, teremos um futuro mais confortável e que nos permita continuar a prestar os serviços às farmácias e à sociedade de uma forma sustentável”, sublinhou a dirigente máxima da ANF.
Em relação ao feedback dos associados, Ema Paulino acredita que estes “estão tranquilos relativamente aos compromissos assumidos” pela atual direção. A presidente da ANF confirmou que se irá realizar um conselho nacional no mês de outubro e haverá, por isso, reuniões durante o próximo mês com os associados.