As farmácias estão a fazer “tudo o que é humanamente possível” para responder à procura de testes de covid-19.
A afirmação partiu de Ema Paulino, a presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), em declarações à agência Lusa.
Segundo Ema Paulino, as farmácias portuguesas realizaram esta terça-feira, 47.500 testes de antigénio, quando na sexta-feira anterior foram feitos cerca de 30.500 testes.
“Tem havido um aumento da procura e também um aumento das próprias farmácias de fazerem mais testes e antecipamos que nestes dois dias – quintas e sextas-feiras são sempre dias mais fortes – esse número possa ser ultrapassado”, adiantou.
Esta procura verifica-se um “pouco por todo o país”, mas sobretudo no Porto e em Lisboa, “até pelos eventos que estão previstos, nomeadamente, em termos de jogos de futebol” nos próximos dias.
A presidente da ANF indicou ainda que os “autotestes, têm sido distribuídos pelos fornecedores em quantidades controladas, o que significa que, muitas vezes, as farmácias não recebem a quantidade que tinham pedido”.
“A informação que temos é que não haverá uma rutura de stock, mas sim uma entrega controlada”, referiu.
Tanto os fornecedores, como as farmacêuticas, já informaram que, a partir da próxima semana, “já haverá uma maior capacidade” de disponibilização de autotestes, adiantou Ema Paulino.
Entretanto, a presidente da ANF, apela à população para que se “adquira apenas os testes verdadeiramente necessários para os próximos dias”.
A presidente da ANF garantiu ainda que as farmácias estão a fazer “tudo o que é humanamente possível” para responder às solicitações de realização de testes gratuitos, ao abrigo da portaria do Governo.
“Esta nova portaria tem um aspeto muito diferente da primeira, que excluía da elegibilidade uma série de pessoas, como os vacinados e recuperados. Esta portaria, em teoria, abrange cerca de 10 milhões de portugueses e, como é óbvio, se todos os 10 milhões de portugueses pretenderem fazer um teste gratuito, não há essa capacidade e temos de ser perfeitamente esclarecedores em relação a essa matéria”, chamou a atenção a responsável.
As farmácias têm capacidade para fazer até 60 mil testes à covid-19 por dia, mas há limitações.
Ema Paulino admitiu que gostaria de “ver mais farmácias envolvidas” neste processo, mas salientou que as “mais pequenas, com menos recursos humanos, têm dificuldades em implementar o serviço pelo valor definido, que não permite investimentos adicionais em infraestruturas e em pessoal”.
A presidente da ANF adiantou ainda que este é um processo “muito exigente”, com equipas sobrecarregadas, o que já está a levar diversos colaboradores das farmácias a desmarcarem férias.
Atualmente, 850 farmácias estão a fazer testes gratuitos à população, 650 das quais ao abrigo da comparticipação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e cerca de 200 no âmbito de protocolos com os municípios.
Ema Paulino informou, que neste momento, várias farmácias não estão a utilizar a plataforma de agendamento dos testes rápidos, e que as marcações estão a feitas nas próprias farmácias, enquanto outras estão a funcionar em regime de “Casa Aberta”, por ordem de chegada.