Ema Paulino pede à ministra da Saúde que “olhe para as farmácias como parte da solução que o País precisa para os desafios que atravessa” 1307

A tomada de posse dos novos Órgãos Sociais da Associação Nacional das Farmácias (ANF) 2021-2024 decorreu ontem, contando com muitas presenças dentro e fora do setor farmacêutico, entre as quais se destaca a ministra da Saúde, Marta Temido.

“Hoje é um dia especial na minha vida e é uma honra partilhá-lo com todos vós”. Foi desta forma que Ema Paulino, a nova presidente da Direção da ANF, iniciou o seu discurso, afirmando que as suas primeiras palavras são de “gratidão e de reconhecimento de uma enorme responsabilidade”.

Ema Paulino discursou depois de João Silveira, presidente cessante da Mesa da Assembleia Geral, da tomada de posse dos órgãos sociais e ainda de João Cordeiro, o novo presidente da Mesa da Assembleia Geral.

“É com confiança e determinação que assumo as funções de presidente da direção da ANF e que, em conjunto com a magnífica equipa que me acompanha, abraço o desafio de concretizar as linhas programáticas que vos apresentámos ao longo do processo eleitoral”. Ema Paulino voltou a enunciar as oito linhas programáticas da sua candidatura, sublinhando que “evidenciam o nosso compromisso para com a saúde do País, mas que não temos a habilidade de lograr cumprir sozinhos”.

Foi desta forma que se dirigiu à ministra da Saúde, pedindo-lhe que “olhe para as farmácias como parte da solução que o País precisa para os desafios que atravessa”. Falou da magnitude mundial da pandemia, da crise global de saúde, do importante papel das vacinas e nos diversos aspetos que estão 2a pressionar os governos a repensar os sistemas de saúde e a investigação científica e, esperemos, a reconhecer e apoiar os profissionais de saúde”.

Para a nova presidente da ANF, “esta crise deixou claro que todos somos necessários quando se trata de tornar os sistemas de Saúde eficientes e sustentáveis e os farmacêuticos e as farmácias não são exceção. Têm um papel a desempenhar na saúde pública, na educação para a saúde e na prevenção da doença, na preparação e resposta de emergência, na garantia do acesso aos medicamentos e na sua utilização responsável, assim como na melhoria da sensibilização para a vacinação”.

Dirigindo-se ainda a Marta Temido, afirmou que a nova equipa se compromete “a reforçar o caminho que já vinha a ser feito no sentido da implementação de serviços que otimizem os ganhos em Saúde no contexto de uma nova normalidade. Contudo, merecemos fazê-lo com a formalização e o respaldo legislativo e regulamentar necessário à sua sustentabilidade e escalabilidade”.

Explicou que a equipa recém-empossada tem as suas propostas, algumas já conhecidas, «para diminuir o recurso às urgências hospitalares em situações que não o justificam”, bem como para, “em conjunto com a Indústria e Distribuição Farmacêutica, antecipar e minimizar o impacto das ruturas de medicamentos” ou para “em conjunto com os serviços farmacêuticos hospitalares, proporcionar o acesso e acompanhamento, efetividade e segurança do medicamento, independentemente da sua classificação” ou ainda para “encetando uma colaboração com os médicos prescritores, garantir a continuidade das terapêuticas, para participar no esforço de testagem e vacinação neste contexto pandémico, para garantir que o investimento que o País anualmente faz em medicamentos se traduza em ganhos em Saúde, mas estamos principalmente disponíveis para ouvir o que o Governo pretende de nós”.

Considera que os principais desafios do sistema de saúde encontram-se explicitados no Plano de Recuperação e Resiliência. “Acreditamos ser parte da solução e estamos completamente disponíveis para colaborar com total respeito institucional e espírito colaborativo”, não deixando de fora a importância que atribui à transformação digital.

Antes de finalizar o seu discurso, recordou, emocionada, a memória dos avós maternos.

Já a ministra da Saúde afirmou que as farmácias “são um pilar essencial no sistema de Saúde português”, tendo destacado que, durante o período de pandemia, as farmácias comunitárias nunca fecharam, elogiando os seus feitos nesta fase.

Marta Temido frisou que o Ministério que tutela está disponível para trabalhar com os farmacêuticos, contando “sempre com as farmácias portuguesas na garantia do acesso a medicamentos a todas as populações e em futuros desafios que se coloquem com a evolução da pandemia e das consequências que provavelmente poderão advir para a população”.