O Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou medidas para minimizar os resultados graves da agranulocitose, um efeito secundário do analgésico metamizol, recomendado para o tratamento da dor moderada a grave e da febre.
Sabe-se, contudo, segundo explicou, na passada sexta-feira, a EMA no seu portal, que a agranulocitose pode ocorrer em qualquer altura durante o tratamento ou pouco depois de se deixar de tomar o medicamento. Pode ainda acontecer em pessoas que tenham tomado o metamizol anteriormente sem problemas. A gravidade do efeito secundário não está relacionada com a dose de metamizol utilizada.
Medidas para minimizar os efeitos graves de agranulocitose
Depois de analisar os dados sobre o risco de agranulocitose consequência da toma de metamizol, o PRAC concluiu que as advertências existentes na informação sobre o medicamento precisam de ser atualizadas, de modo a aumentar a sensibilização dos doentes e dos profissionais de saúde para este efeito secundário grave e a facilitar a sua deteção e diagnóstico precoces.
O metamizol está contraindicado em doentes que já tenham sofrido uma agranulocitose induzida pela sua toma ou agranulocitose causada por medicamentos semelhantes conhecidos como pirazolonas ou pirazolidinas, assim como em doentes com a função da medula óssea comprometida ou em casos de doenças do sistema hematopoiético.
Os doentes devem ser informados sobre os primeiros sintomas de agranulocitose, nomeadamente febre, arrepios, dores de garganta e alterações dolorosas das mucosas, especialmente na boca, nariz e garganta ou na região genital ou anal. Devendo ficar atentos a estes sintomas durante o tratamento e pouco depois da interrupção do mesmo, uma vez que a agranulocitose pode ter um início tardio.
Em doentes a receber terapêutica antibiótica concomitante, a agranulocitose pode ser assintomática.
O que fazer
Se houver suspeita de agranulocitose, deve ser efetuada imediatamente uma contagem sanguínea (incluindo contagem sanguínea diferencial) e o tratamento deve ser interrompido antes de os resultados do teste estarem disponíveis. Se a agranulocitose for confirmada, o tratamento não deve ser reintroduzido.