Embaixadora de Cuba: Declarações de José Manuel Silva são «desrespeitosas e irracionais» 594

Embaixadora de Cuba: Declarações de José Manuel Silva são «desrespeitosas e irracionais»

20 de Agosto de 2014

A embaixadora de Cuba em Portugal, Johana Tablada, rejeita «de forma categórica» as «declarações desrespeitosas e irracionais» do bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, considerando que constituem uma «escandalosa falta à verdade».

«Muito poucos questionam o contributo positivo deste acordo para o sistema de saúde em Portugal», lê-se numa nota da embaixadora Johana Tablada, enviada à agência “Lusa” na noite de terça-feira, a propósito de declarações do bastonário da OM nas quais este exortava os sindicatos a exigirem ao Governo que pague a médicos portugueses o mesmo valor que paga aos cubanos.

As declarações do bastonário indignaram a embaixadora cubana.

«Não sei a quem respondem as suas declarações nem quem deseja enganar. Mas estou convencida de que nada têm a ver com o impacto desta experiência nos locais onde estão colocados os nossos médicos, porque não há outros disponíveis para ocuparem esses lugares, que são, sobretudo, foras das principais cidades», refere a nota da embaixadora.

«As suas palavras [José Manuel Silva] não refletem o verdadeiro estado das relações existentes entre as instituições, os profissionais de saúde e o povo de Cuba e de Portugal. Por alguma obscura e turva razão que não alcanço, o senhor Silva parece responder a interesses que nada têm a ver com o bem-estar dos portugueses e dos cubanos e ignora deliberadamente a história dos acordos médicos entre Cuba e Portugal, uma história muito positiva que permitiu a Portugal oferecer, desde 2009, 1.316.225 consultas», sublinhou Johana Tablada.

Em 2014, os médicos cubanos viram e prestaram assistência qualificada e reconhecida em Portugal e no mundo a mais de 131.000 casos, observa.

Para a embaixadora, «não há nada a ocultar nem nada que envergonhe, porque parte dos fundos do salário dos médicos dirige-se de maneira transparente a contribuir para o Sistema de Saúde de Cuba que os formou e ainda os emprega».

«Esse sistema oferece cobertura universal e gratuita a todos os médicos que hoje trabalham em Portugal e a seus familiares (…). Dizer sem pudor que estes fundos vão para o regime de Cuba constitui uma declaração sem fundamento, ignorante, anticubana e um ato de demagogia política, irresponsável para uma pessoa que detém um cargo importante», conclui a nota da representante de Cuba em Portugal.