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Empresa da Covilhã desenvolveu produto dermatológico para a pele íntima

11 de Dezembro de 2015

Uma empresa da Covilhã desenvolveu um produto para as dermatoses da pele íntima, que se apresenta como alternativa ao uso de corticoides, explicou à agência “Lusa” Ana Palmeira de Oliveira, administradora da Labfit.

«É um produto de base natural, equilibrada e segura, com o qual se pretende obter o alívio dos sintomas das dermatoses da vulva, designadamente prurido, dor e irritação», especificou.

Segundo adiantou, o produto, que nesta fase experimental adota o nome técnico de LabiaStick, é apresentado como um “lápis medicamentoso”, ou seja, no aspeto é igual a um batom, o que lhe acrescenta as vantagens de poder «andar sempre com a mulher e de ser de muito fácil aplicação».

Ana Palmeira de Oliveira adiantou que a empresa já chegou à fórmula final do produto e que este será agora alvo de um ensaio clínico, devidamente aprovado pela Comissão de Ética do INFARMED.

«Tendo em conta que estamos a falar de um dispositivo não tínhamos de fazer este ensaio, mas entendemos que era importante validá-lo clinicamente porque dá uma maior segurança às utilizadoras e, naturalmente, valorizará o produto em termos empresariais», apontou.

Ana Palmeira de Oliveira explicou que o ensaio será realizado no formato de “provas de conceito” e envolverá 75 mulheres. Cada uma utilizará o produto durante quatro semanas e, devidamente acompanhada pelo médico, fará a avaliação de acordo com os parâmetros pedidos.

«Estamos a falar de um problema que não tem uma incidência muito elevada e, por isso, em vez de limitarmos as provas de conceito a um serviço, vamos contar com três parceiros: o Centro Hospitalar da Cova da Beira, o Hospital de São João e a Apomédica, que é uma clínica privada», referiu.

Este «passo de gigante» deverá estar concluído no final de junho de 2016 e, se tudo correr como o previsto, o “LabiaStick” passará a contar com validação clinicamente comprovada e estará pronto a ser lançado no mercado.

A data para que tal aconteça ainda não está definida, mas Ana Palmeira de Oliveira acredita que poderá ser até final de 2016, altura em que a Labfit já terá estabelecido acordo com o «parceiro ideal» para produção em série e para a comercialização.

Segundo revelou, as perspetivas são bastante positivas, visto que o produto tem suscitado manifestações de interesse de algumas empresas da indústria farmacêutica.

A Labfit é uma empresa sediada na Covilhã, distrito de Castelo Branco, que realiza investigação e desenvolvimento de produtos, bem como prestação de serviços ao nível do controlo de qualidade e caracterização de produtos. Foi criada em 2012 e resulta de um projeto de duas farmacêuticas investigadoras (Ana Palmeira de Oliveira e Rita Palmeira de Oliveira), que também são irmãs.

Na primeira fase, foi incubada na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), tendo em março deste ano transferido a atividade para as instalações do UBIMedical, um centro de investigação científica e tecnológica para a área da saúde.