Empresa de Coimbra inicia comercialização de seringa laser sem agulha 588

Empresa de Coimbra inicia comercialização de seringa laser sem agulha

27 de Novembro de 2015

Uma empresa criada por investigadores da Universidade de Coimbra vai iniciar a comercialização de uma seringa laser, sem agulhas, para aplicação na pele de substâncias com finalidades terapêuticas e destinada a ser usada na área da estética.

«O nosso primeiro alvo é a medicina estética», disse à agência “Lusa”, Gonçalo Sá, da LaserLeap Technologies, adiantando que o novo equipamento não estará acessível ao público, mas sim a profissionais da área da dermoestética, como cirurgiões plásticos, dermatologistas e médicos estéticos.

A seringa laser diferencia-se das seringas de agulhas por ser indolor e não deixar marcas na pele: através do laser, é criada uma onda de pressão que, ao chegar à pele, gera uma «espécie de tremor de terra», deixando-a «durante alguns segundos permeável», o que facilita a aplicação do fármaco, que pode ser aplicado em creme ou gel, explicou o investigador Carlos Serpa, aquando da apresentação do protótipo, no verão de 2012.

Adiantou que o fármaco «surte efeito mais rapidamente, nomeadamente no caso dos analgésicos tópicos».

A nova seringa chega agora ao mercado depois de dois anos de produção do dispositivo e da realização de diversos testes envolvendo médicos e pacientes.

Recentemente, de acordo com Gonçalo Sá, a LaserLeap Technologies assinou um acordo com seis médicos estéticos que vão utilizar a seringa laser num total de 60 pacientes, em tratamentos de rejuvenescimento da pele, nomeadamente para garantir a absorção de ácido hialurónico, substância usada para recuperar rugas e hidratar a pele.

Em 2016, os responsáveis da empresa que começou a ser pensada há oito anos no departamento de Química da Universidade de Coimbra e que está instalada na incubadora de empresas de base tecnológica do Instituto Pedro Nunes, deverão avançar com testes piloto para poderem vir a produzir uma seringa laser que possa ser utilizada na área clínica, concretamente na dermatologia.

Segundo Carlos Sá, os testes visam a utilização de uma seringa laser na promoção da analgesia local e no tratamento da dermatite atópica, doença crónica da pele.