Enfarte do Miocárdio: portugueses estão mais conscientes sobre a doença
14 de fevereiro de 2018
A maioria dos portugueses está familiarizada com os fatores de risco, sintomas e tratamento de Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM). No entanto, ainda há muitas pessoas a desvalorizar a diabetes como fator de risco associado a esta doença.
Hoje é Dia Nacional do Doente Coronário e, por isso, foram divulgadas as principais conclusões do maior estudo elaborado em Portugal sobre o enfarte agudo do miocárdio. Atualmente, pode dizer-se que aumentou o conhecimento das pessoas em relação a este tipo de enfarte e que, dos 1044 indivíduos inquiridos neste novo estudo, 95% associaram a “dor no peito” a esta doença, contrariando os 85% obtidos no estudo realizado em 2012. Além disto, verificou-se que cerca de 2 em cada 3 inquiridos, face aos sintomas típicos de EAM, os identificava com esta patologia. E que a grande maioria – 96% – tem consciência de que esta é uma doença extremamente grave, que necessita de tratamento imediato. Quando questionados sobre o que fariam na presença de um sinal ou sintoma de EAM, mais de metade dos inquiridos (57%) afirmou que ligar para o 112 seria a primeira opção, apesar de que, quando questionados sobre o que fariam perante os sintomas de dor no peito, com suores, náuseas e vómitos, apenas 38% referiu que ligava para o 112. Perante os sintomas apresentados, ir para uma urgência hospitalar seria a prática comum para 27% dos inquiridos deste estudo, o que, de acordo com o cardiologista Hélder Pereira, coordenador da Stent Save a Life na Europa, «está alinhado com aquilo que na prática os portugueses efetuam». Ainda de acordo com o estudo apresentado hoje, realizado pela Pitagórica, uma empresa de investigação e estudos de mercado, em parceria com a Stent Save a Life. uma esmagadora maioria dos inquiridos (92%) considera que os fatores de risco associados a esta doença podem ser evitáveis, dando primazia ao excesso de peso como fator de risco principal. Porém, o estudo demonstrou que há a desvalorização da diabetes Mellitus como fator de risco para a doença coronária. No geral, pode considerar-se, contudo, que «o conceito de enfarte do miocárdio já é do conhecimento generalizado dos portugueses, que relacionam a doença a problemas das artérias do coração», afirmou Hélder Pereira. No entanto, o responsável salientou que, apesar dos bons resultados, ainda há aspetos a melhorar. Segundo o médico, a valorização da diabetes como um dos fatores de risco associado a esta doença é uma delas. A sensibilização da população para a necessidade de se ligar para o 112 na presença de sintomas de EAM, em vez de recorrer a uma unidade hospitalar pelos próprios meios, ou em vez de esperar que a dor alivie, é outra. O EAM continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal e na Europa. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2015, no país, morreram cerca de 4.342 pessoas por EAM, o que representa uma ligeira diminuição face a anos anteriores.
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