Enfermeiros do Cova da Beira em greve pela aplicação das 35 horas 417

Enfermeiros do Cova da Beira em greve pela aplicação das 35 horas

25 de Agosto de 2016

Os enfermeiros do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) cumpriram ontem o primeiro de dois dias de greve para reivindicarem a aplicação das 35 horas, a admissão de mais profissionais e o pagamento de todo o trabalho extraordinário.

Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), disse ontem à agência “Lusa” que neste primeiro dia de greve a adesão dos enfermeiros no CHCB, que integra os hospitais Pêro da Covilhã e do Fundão, foi de 85% nos turnos da noite e da manhã.

«Este resultado demonstra que os enfermeiros estão mobilizados em torno daquilo que são os objetivos da greve que, relembre-se, prende-se com a aplicação das 35 horas aos enfermeiros com contrato individual de trabalho (CIT) e a adesão de mais profissionais para que todos possam usufruir desse período normal de trabalho que são as 35 horas», sustentou.

A sindicalista explicou ainda que no início de agosto foi feita uma reunião com o conselho de administração (CA) do CHCB na perspetiva de serem admitidos mais enfermeiros para as unidades hospitalares.

«Sendo uma matéria da esfera do CA, o que é verdade é que continua a não haver as admissões [de enfermeiros] necessárias para impedir, por um lado, a redução do número de enfermeiros nos serviços e, por outro lado, para permitir que os enfermeiros não tenham que fazer horas a mais», sublinhou.

Segundo esta responsável, o plano de luta do SEP, que convocou esta greve, irá continuar até que a situação seja resolvida.

O SEP critica ainda o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, em relação a duas situações: a primeira prende-se com o pagamento a 100% do trabalho extraordinário nas «horas penosas» que, segundo a sindicalista, já terá assumido o compromisso com os médicos, deixando de parte os enfermeiros.

A segunda situação que está a gerar descontentamento no seio dos enfermeiros diz respeito à disponibilidade da tutela em negociar a exclusividade, mais uma vez, só com a classe médica.

«Essa [exclusividade] é uma exigência que o SEP tem desde 1990 e, portanto, achamos inconcebível que sistematicamente o ministro da Saúde só se refira ao grupo profissional dos médicos, quando sabe que há imensos problemas para resolver em relação aos enfermeiros», concluiu.

A “Lusa” tentou obter uma reação do CA do CHCB, mas ainda não obteve resposta.