Enfermeiros exigem retificação da norma da triagem de Manchester 554

Enfermeiros exigem retificação da norma da triagem de Manchester

13 de Março de 2015

A Ordem dos Enfermeiros (OE) contesta e exige a retificação da norma da triagem de Manchester, considerando que não dá autonomia a estes profissionais e desrespeita a profissão, segundo um comunicado hoje divulgado.

De acordo com a “Lusa”, a OE contesta o facto de não terem sido incluídos nem mencionados, na norma publicada no passado dia 06 de março, os contributos enviados «dentro do prazo» pelos enfermeiros a pedido da Direção-Geral da Saúde (DGS).

«Ao não cumprir o compromisso assumido com a OE, a DGS desrespeitou, uma vez mais, a Enfermagem, os enfermeiros e, consequentemente os cidadãos», considera a OE, afirmando que a referida norma «padece de vícios de forma e conteúdo».

Segundo a Ordem, a norma colide com o Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros e com o seu Código Deontológico ao não incluir a hierarquia/autonomia técnica da profissão no que respeita à autorização e validação de novos protocolos/algoritmos ou fluxos de encaminhamento a serem criados na sequência da triagem de Manchester.

A norma em causa refere que os diretores do serviço de urgência têm de elaborar um algoritmo para ser seguido no atendimento dos doentes, após o seu atendimento segundo a triagem de Manchester, que é realizado por enfermeiros.

Na opinião da OE, sendo esta uma atividade realizada por enfermeiros, a responsabilidade de «criar e atualizar o regulamento de encaminhamento interno dos doentes» deve ser partilhada entre o Enfermeiro Chefe do Serviço de Urgência (SU) e o Diretor do SU.

Assim, «a norma não vincula os enfermeiros, uma vez que não existe, legalmente, nenhum poder técnico e funcional do Diretor de Serviço/Diretor Clínico em relação aos enfermeiros dos SU», considera.

A OE sublinha que os fluxos de encaminhamento e os protocolos de cada instituição só serão válidos e vinculativos após consentimento conjunto do Enfermeiro Chefe e do Diretor do SU.

«Isto mesmo foi expresso pela OE aquando da sua pronúncia sobre a proposta de Despacho que veio a ser publicado no dia 02 de fevereiro de 2015», sublinha a OE, acrescentando que já alertou o Ministro da Saúde e espera a retificação imediata da situação.