Enfermeiros querem especialização reconhecida pelo Governo 02 de Dezembro de 2015 O presidente do Conselho Nacional de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros, José Carlos Gomes, defendeu ontem que as competências especializadas destes profissionais devem ser reconhecidas pelo Ministério da Saúde ao qual pretende apresentar uma proposta nesse sentido. «É uma proposta que temos para fazer junto da tutela. (…) É necessário que isto seja feito e reconhecido no âmbito da própria carreira, esta competência especializada, como aliás são reconhecidas noutras profissões da área da saúde», afirmou à “Lusa” à margem de uma visita ao Instituto Português de Oncologia do Porto. Para José Carlos Gomes, «urge que o Ministério da Saúde perceba o investimento que é ter enfermeiros especializados nas respetivas áreas e reconheça essas competências, quer na forma como distribui esses recursos pelas instituições de saúde, quer na forma como os remunera em termos de contrato». O também presidente do Colégio Nacional de Enfermagem lamentou a atual «completa desvalorização das competências especializadas nos próprios processos de contratação dos enfermeiros» e adiantou pretender analisar com o Ministério da Saúde qual a evolução necessária nesta área para «responder de forma mais adequada e efetiva àquilo que são as necessidades de saúde da população». «A enfermagem tem especialidades desde 1981, os colégios da especialidade mantêm-se os mesmos desde então e é necessário, neste momento, fazer um processo de reorganização em termos formativos e de desenvolvimento de competências para responder melhor às questões e às necessidades de saúde da população», assinalou o também candidato a bastonário da Ordem dos Enfermeiros (OE). A área da oncologia, referiu, conta já com uma especialidade, constituída nos últimos anos pela OE, «que é Enfermagem em Pessoa em Situação Crónica e Paliativa e que pode responder a algumas necessidades, mas é preciso que tenhamos da tutela o reconhecimento necessário destas competências especializadas que neste momento não existe». «Temos muitos enfermeiros especialistas nos serviços que não têm este reconhecimento e estão desmotivados porque não veem reconhecido pelas instituições o seu esforço de formação», frisou. |