Ensaio clínico demonstra eficácia de terapia genética contra VIH 07-Mar-2014 Um ensaio clínico realizado nos Estados Unidos com 12 pessoas infetadas com VIH demonstrou a eficácia da terapia genética conhecida como “edição genómica” no bloqueio do vírus da sida, revelou a revista “The New England Journal of Medicine”. Através da nova técnica de terapia genética – descrita como uma espécie de edição de texto no computador aplicada aos genes –, os investigadores utilizaram pela primeira vez enzimas geneticamente modificadas, chamadas nucleases dedo de zinco (ZFN, na sigla em inglês) para alterar os genes e conseguiram bloquear e controlar o VIH nos 12 seropositivos, aumentando resistência destes ao vírus. Alguns dos participantes no ensaio clínico conseguiram obstruir a produção da proteína usada pelo vírus da sida para infetar células humanas, o que os tornou em pessoas imune a contrair o VIH. De acordo com a “The New England Journal of Medicine”, a nível mundial existem apenas 2% de pessoas nesta condição. Os 12 pacientes seropositivos que se submeteram ao estudo, dirigido por Carl June, do Departamento de Patologia e Medicina Laboratorial da Escola de Medicina Perelman, receberam células geneticamente modificadas que tinham sido anteriormente retiradas dos próprios organismos. Os cientistas concluíram que o processo é bem tolerado e seguro e que as células modificadas revelaram uma persistência no organismo superior ao observado nas originais, refere a publicação científica, citada pela “Lusa”. Os pesquisadores constataram também modificação das células no tecido linfoide associado ao intestino, que constitui um importante armazém de células imunitárias e depósito de infeção por VIH, o que indiciou que as estruturas modificadas funcionavam normalmente no organismo. Segundo a revista, em 12 semanas as cargas virais baixaram em quatro pacientes cujo tratamento antirretroviral foi interrompido, enquanto num ficou esteve abaixo do limite de deteção. |