Epilepsia: Medicamento reduziu crises e permitiu elevadas taxas de retenção 204

O tratamento adjuvante com cenobamato, da Angelini Pharma, permitiu, em ensaios clínicos, uma redução das crises e elevadas taxas de retenção numa variedade de etiologias de epilepsia.  O fármaco mostrou ainda um perfil de tolerabilidade favorável a longo prazo em doentes com epilepsia focal não controlada.

Os resultados foram apresentados no âmbito do 15.º Congresso Europeu de Epilepsia (EEC), a decorrer em Roma, Itália.

O cenobamato é um fármaco anti crise epilética (FACE) aprovado, segundo explicado em comunicado, na Europa como tratamento adjuvante de convulsões de início focal com ou sem generalização secundária em doentes adultos com epilepsia que não tenha sido adequadamente controlada apesar de um historial de tratamento com pelo menos dois fármacos anti crises epiléticas.

 

Eficácia elevada

A epilepsia é uma doença heterogénea com diversas causas e etiologias. Algumas destas etiologias, como a esclerose mesial temporal (EMT), são mais difíceis de tratar e estão associadas a um maior risco de resistência aos medicamentos e, por conseguinte, a piores resultados.

“Numa análise post-hoc do estudo de extensão aberto (OLE) C017 (abstract #232), o cenobamato como adjuvante, demonstrou uma eficácia elevada e sustentada ao longo de cinco anos em todas as etiologias estudadas, incluindo elevadas taxas de resposta por parte daqueles que vive com epilepsias estruturais como a EMT (64,7%). Estes resultados a longo prazo em oito categorias etiológicas diferentes sugerem o potencial papel terapêutico do cenobamato no tratamento a longo prazo de um vasto leque de etiologias, incluindo aquelas consideradas entre as mais difíceis de tratar, refere o comunicado.

 

Elevadas taxas de retenção

Uma análise post-hoc adicional avaliou as taxas de retenção no estudo C021 do cenobamato em oito etiologias de epilepsia definidas ou possíveis (resumo #238). De acordo com os resultados do estudo C017 OLE, estes dados mostraram que o tratamento com cenobamato durante um período de três anos foi associado a elevadas taxas de retenção, independentemente da etiologia.

Ainda de acordo com o comunicado citado, “as taxas de retenção variaram de 76,3% a 91,7% no primeiro ano, de 64,4% a 86,7% no segundo ano e de 60,3% a 77,9% no terceiro ano. As taxas de retenção fornecem uma medida aproximada da tolerabilidade, segurança e eficácia a longo prazo, mostrando que o cenobamato pode ser um tratamento eficaz independentemente da etiologia”.

 

Melhor perfil de tolerabilidade

Uma outra análise post-hoc avaliou a gravidade dos acontecimentos adversos (AE), a duração e o tempo de resolução dos acontecimentos adversos mais comuns no estudo C021 do cenobamato (resumo #239).

Os dados desta análise “mostraram que os doentes tratados com cenobamato adicionado a um único FACE revelaram um melhor perfil de tolerabilidade face aos aqueles que receberam cenobamato em adição a dois ou mais FACEs. Nesta análise, a tolerabilidade foi medida por um número menor e menos grave de AEs emergentes do tratamento (AEETs) e com um tempo mais rápido para a resolução dos AEETs ocorridos. Estes dados sugerem que o uso precoce do cenobamato, juntamente com a potencial redução de FACEs concomitantes, pode levar a uma melhor tolerabilidade”, lê-se no comunicado.