Equipa liderada pela UMinho «abre portas» a rastreio de infeção por aspergilose 06-Mar-2014 Uma equipa liderada pela Universidade do Minho identificou um fator genético que aumenta a probabilidade de contrair aspergilose em transplantes de medula óssea, «abrindo portas» para um rastreio específico e para minimizar as taxas de mortalidade associadas àquela infeção. A aspergilose é uma doença infeciosa causada por um fungo que atinge principalmente os pulmões e cujos sintomas são diversos, tais como febre, tosse com sangue, delírio, hemorragias, calafrios, coágulos sanguíneos, perda de peso, icterícia, insuficiência renal e formação de massas fúngicas. O trabalho que identificou aquele fator genético intitula-se “Genetic PTX3 Deficiency and Aspergillosis in Stem-Cell Transplantation” e foi publicado na revista da especialidade “New England Journal of Medicin”, explicou a academia minhota, num comunicado enviado à agência “Lusa”. Foi coordenado por Agostinho Carvalho, do Laboratório Associado ICVS/3B’s da UMinho e da Universidade italiana de Perugia, teve ainda a participação de grupos de investigação das universidades de Parma, Milão, Católica do Sagrado Coração (todas de Itália), Leuven (Bélgica), Regensburg e Friedrich Schiller (Alemanha), entre outros. Segundo a Universidade do Minho, a descoberta desta equipa internacional «abre portas para novas intervenções terapêuticas e permitirá realizar um rastreio específico, no sentido de minimizar os riscos de desenvolvimento desta doença infeciosa com elevada taxa de mortalidade». O texto explica que a pesquisa «demonstra que alterações específicas no genoma humano do dador de medula influenciam de forma significativa a suscetibilidade de pacientes à infeção por aspergillus fumigatus (fungo responsável pela aspergilose)». A Universidade do Minho adianta que «estas alterações no gene da pentraxina 3 (PTX3) do dador conduzem a uma redução considerável dos níveis de PTX3 no doente durante o processo de reconstituição do sistema imunológico, diminuindo assim a sua capacidade em eliminar o agente patogénico». Agostinho Carvalho sublinha que «o trabalho contribui para aumentar a capacidade dos clínicos em definir subpopulações de elevado risco para o desenvolvimento de aspergilose invasiva, o que contribuirá para a definição e otimização de estratégias preventivas». Para além das variações genéticas no sistema imunológico, são vários os fatores que contribuem para o aumento de infeções fúngicas em pessoas sujeitas a transplantes de medula óssea, sendo que entre cinco a 15% destes doentes desenvolvem infeções que resultam em taxas de mortalidade muito elevadas, apesar de existirem fármacos para o efeito. A pesquisa contou com o financiamento da Comissão Europeia, da Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infeciosas, do Ministério alemão de Educação e Ciência, do Conselho Europeu de Investigação, da Associação Italiana de Investigação em Cancro e da Fundação para a Ciência e Tecnologia. |