ERS vai monitorizar clínica de hemodiálise onde doentes foram infetados com hepatite C 22 de Julho de 2016 A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) vai monitorizar a atuação de uma clínica da unidade de hemodiálise Diaverum onde seis doentes foram contaminados com o vírus da hepatite C e o regulador detetou outras irregularidades. Uma deliberação da ERS, publicada hoje, visou averiguar as circunstâncias em que os seis doentes foram infetados com o vírus da hepatite C na clínica da Diaverum, em Lisboa, e avaliar se a empresa «cumpre os normativos referentes às medidas gerais de controlo de infeção, em geral, e no que toca à infeção do vírus da hepatite C, em especial». A ERS recorda que, entre 19 de outubro e 29 de outubro de 2015, foi dado conhecimento da existência de seis doentes infetados com hepatite C durante a realização de hemodiálise naquela unidade. O regulador constatou «não conformidades que podem pôr em causa a prevenção da transmissão de infeções nos doentes», entre as quais o facto de o único equipamento de proteção individual utilizado serem as luvas e as viseiras. «De acordo com as normas de prevenção de infeção devem ser usadas também batas descartáveis e/ou avental aquando dos procedimentos aos doentes», lê-se no relatório, citado pela “Lusa”. Apesar do plano de higiene determinar que o chão deve ser lavado no final de cada turno nas salas de tratamento (preferencialmente após a saída dos doentes da sala) e nas outras áreas uma vez por dia, a ERS verificou que «não se aguarda pelo término do turno para se limpar determinadas zonas da sala e até se verificou que antes do turno da tarde terminar havia já máquinas com circuitos montados, o que pode facilmente ser contaminado pela existência de utentes na sala em tratamento». A preparação da heparina também não esteve totalmente de acordo com os procedimentos, como a existência de «um frasco de heparina aberto e já consumido em cerca de três quartos na caixa das heparinas novas, o que vai contra o procedimento apresentado pela entidade». Segundo a ERS, do alegado pelo prestador em sede de audiência dos interessados não resultou eliminada a necessidade de adequação do comportamento. Por esta razão, o regulador instruiu a empresa no sentido desta «atualizar ou introduzir as alterações tidas por adequadas nos procedimentos já implementados, atinentes à prevenção e controlo de infeções». O objetivo é garantir que os procedimentos «estão em conformidade com as regras e orientações aplicáveis em matéria de controlo de infeções e segurança do utente e são aptos quer a assegurar de forma permanente e efetiva a prestação de cuidados de saúde de qualidade, quer a assegurar o respeito pelos direitos e legítimos interesses dos utentes». A empresa deve ainda «adotar todas as diligências tidas por necessárias e adequadas no que toca à organização e funcionamento das unidades de diálise, no sentido de os conformar com as regras e orientações aplicáveis». A ERS vai ainda abrir «um processo de monitorização para acompanhamento da atuação futura da Diaverum” para garantir que esta “se coaduna com as regras e orientações, a cada momento aplicáveis, em matéria de controlo de infeções e segurança do utente». |