Escassez de Medicamentos: Farmacêuticos dedicam 11 horas por semana à identificação de alternativas 91

O mais recente relatório do Pharmaceutical Group of the European Union (PGEU) revelou que 61% dos países europeus consideram não ter havido uma evolução positiva relativa à escassez de medicamentos ao longo do último ano, sendo que, desde 2019, em todos os 28 países que responderam ao inquérito se tem verificado escassez.

O relatório revelou ainda que 96% dos países revelaram escassez ao nível dos antibióticos e da medicação cardiovascular e 86% ao nível dos medicamentos para o sistema nervoso.

Outra das conclusões apresentadas no documento é que em 21% os países 200 a 400 medicamentos estiveram em falta e em 11% das nações inquiridas, mais de mil.

Uma das consequências mais evidentes é o tempo que os farmacêuticos têm de dedicar ao tema: em média, 11 horas por semana ocupadas com a identificação e aconselhamento farmacêutico sobre alternativas terapêuticas.

“Atingimos um estado que é inaceitável para os doentes, farmacêuticos e prescritores – a escassez não está a piorar, mas também não está a ser resolvida”, alerta, em comunicado, Clare Fitzell, presidente do PGEU, acrescentando que “por detrás de cada escassez de medicamentos está um doente ansioso e o seu diligente farmacêutico a tentar encontrar alternativas e soluções”.

Ainda de acordo com a responsável, “alguns países facilitaram, aos farmacêuticos, através do seu quadro jurídico, a procura de um maior leque de soluções para os doentes, como a substituição de genéricos e a substituição terapêutica, o que proporciona uma solução mais atempada para os doentes e aproveita os conhecimentos especializados dos farmacêuticos”.

Esta é, na verdade, uma das medidas apresentadas pelo PGEU na sua mais recente posição sobre medidas proactivas para resolver a escassez de medicamentos.

Na sua página de LinkedIn, a Associação Nacional das Farmácias (ANF) subscreve “na íntegra o apelo repetido do PGEU sobre este tema, que pede mecanismos que ajudem a mitigar a escassez de medicamentos e os seus impactos“.

A ANF refere ainda que “mantém-se em constante diálogo com os outros participantes da cadeia do medicamento e com os representantes dos partidos políticos, de modo a encontrar soluções que tornem o mercado português do medicamento mais atrativo e, consequentemente, mais protegido de eventuais problemas relacionados com a escassez”.