A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários atualizou a ficha técnica do metamizol — comercialmente conhecido como Nolotil, e proibiu a sua venda a turistas, depois de o medicamento ter sido associado à morte de 10 britânicos, avança o jornal online “El Español”.
O motivo oficial desta atualização deve-se ao risco de um efeito adverso denominado agranulicitose, que se traduz numa alteração do sangue devido à falta ou acentuada redução de glóbulos brancos. Uma nota da AEMPS, acedida pelo jornal espanhol, refere que a atualização tem por base «a notificação recente ao Sistema Espanhol de Farmacovigilância de casos de agranulocitose, particularmente em pacientes de origem britânica».
A AEMPS recorda que o fármaco em questão apenas deve ser usado para tratamentos de curta duração, vendido com receita médica e, antes de esta ser emitida, devem ser realizadas análises detalhadas ao sangue, de maneira a despistar fatores de risco de agranulocitose. É ainda recomendado Outra recomendação remete para a não utilização de metamizol em pacientes “nos quais não é possível a realização de controles”, como por exemplo a “população flutuante”. O “El Espanõl” esclarece: em efeitos práticos, isto traduz-se na proibição de venda de Nolotil aos turistas.
A farmacêutica Boehringer Ingelheim, que produz o medicamento Nolotil, disse, citada pelo “The Times”, disse que o medicamento está disponível em Espanha e noutros países da Europa na forma de genéricos e que não há «evidência científica de que populações específicas sejam propensas a desenvolver efeitos colaterais». O mesmo é esclarecido no comunicado já citado: «Não se pode nem descartar nem confirmar um maior risco em populações com características étnicas específicas».
O mesmo comunicado esclarece que o metamizol é um analgésico vendido há mais de 50 anos em Espanha com diferentes nomes comerciais. A sua venda duplicou nos últimos 10 anos, com o aumento mais significativo a ocorrer nos últimos 5 anos.