Especialista: Burocracia dificulta participação dos doentes em ensaios clínicos 18 de Março de 2016 O diretor da Unidade de Investigação Clínica do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO), José Dinis, denuncia que os constrangimentos burocráticos estão a impedir que os doentes participem em ensaios clínicos com novos fármacos. «Imagine-se que sai um novo tratamento para o cancro do pulmão. A indústria e as empresas que o produziram querem ter a justificação num prazo de um ano, ou um ano e meio, e, para tal precisam de recrutar mil doentes em todo o mundo. Nós temos cá os doentes, que precisam desse medicamento, mas se não formos rápidos, não tivermos os coordenadores, os enfermeiros, os médicos, todos disponíveis», Portugal perde esses ensaios, explicou à “Renascença”. De acordo com o dirigente, os obstáculos que a atual legislação coloca à contratação de pessoal, levam os laboratórios a optar por outros países para testar os medicamentos. Por isso, José Dinis defende uma aproximação à lei espanhola, «porque os grandes promotores deslocalizaram as suas sedes de Portugal e instalaram-se em Espanha. Nesse país, eles têm uma legislação que lhes permite terem a capacidade, como uma empresa privada, de contratar e descontratar. E nós não temos». |