“Desafios Contemporâneos na Demência” foi o mote da reunião organizada pelo Grupo de Estudos de Envelhecimento Cerebral e Demências (GEECD) com apoio da GE Healthcare, e que ficou marcada pela apresentação e discussão das novas terapêuticas em desenvolvimento, do papel da Medicina Nuclear no diagnóstico, da importância dos cuidados de saúde primários na gestão do percurso clínico dos doentes e da necessidade de consciencialização e desmistificação da demência.
De forma geral, os especialistas concordam que deveria existir uma melhor organização dos sistemas de saúde, de modo a que haja um serviço integrado e multidisciplinar nas unidades de referência. Além disso, houve ainda uma concordância generalizada acerca da necessidade de repensar a portaria de prescrição de medicamentos específicos.
Além disso, destaca-se ainda o facto de que, mais do que um diagnóstico precoce, ser importante realizar um diagnóstico atempado e o papel da neuroimagiologia neste. É muito importante explicar ao doente as mudanças e sintomas que estão a ocorrer e à sua família e/ou cuidadores a evolução da doença, a importância de vigilância de sinais de depressão/suicídio, a possibilidade de ligação a associações de doentes e demonstrar os apoios formais que existem.
Para Drº João Massano, presidente do GEECD, “com esta iniciativa, gera-se uma discussão multidisciplinar, em que os especialistas das várias áreas trazem visões diferentes e complementares, o que permite optimizar as práticas profissionais de cada um ao serviço dos doentes e da comunidade. Uma das preocupações do GEECD ao organizar estas reuniões é permitir a abordagem dos temas mais “quentes” nesta área, como por exemplo os dados acerca de terapêuticas inovadoras ou os meios de diagnóstico mais recentes, e os tópicos que podem levantar mas controvérsia e dissensão dentro da comunidade científica. Estes espaços de discussão permitem uma troca serena e saudável de ideias em que todos saímos a ganhar”.
A demência é um problema de saúde pública, cuja prevalência futura se prevê crescente, sendo que, consequentemente, se prevê também que o número de médicos especialistas em demência será cada vez mais insuficiente, associado a uma escassez de serviços reservados para a demência.