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Especialistas debatem maior prevalência de depressão entre os diabéticos

08 de Outubro de 2015

A depressão é mais prevalente nos diabéticos do que na população geral, o que muitas vezes compromete a adesão à terapêutica, afirma o Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus, doença que afeta cerca de 13% da população em Portugal.

 

Este é um dos principais temas em destaque na 10ª Reunião do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM), que decorre nos dias 9 e 10 de outubro, em Viseu. Noticiou a “Lusa”.

 

Segundo Edite Nascimento, coordenadora destas jornadas, «sendo a diabetes mellitus uma doença crónica, com implicações em todos os órgãos e sistemas orgânicos, é fácil de perceber o motivo pelo qual a depressão é também mais prevalente neste grupo populacional».

 

A médica internista explica ainda que quando a depressão surge no evoluir da doença, muitas vezes fica «comprometida de forma séria» a adesão terapêutica e o doente fica mais exposto ao aparecimento de complicações resultantes do agravamento metabólico associado.

 

A diabetes gestacional será outro dos assuntos a debater neste encontro, já que muitas mulheres correm risco de desenvolver diabetes durante a gravidez, com normalização dos valores de glicemia após o parto.

 

No entanto, «o aparecimento de diabetes durante a gestação pode trazer riscos acrescidos para a mãe e para a criança, nomeadamente maior taxa de malformações do feto, macrossomia e complicações várias durante o parto», alerta a responsável.

 

As novas terapêuticas para o tratamento da diabetes também vão estar em foco, sendo que em Portugal existe já um grande número de opções terapêuticas ao dispor dos médicos para tratarem as pessoas com diabetes de forma mais individualizada, afirma Edite Nascimento, mostrando-se preocupada com o impacto da diabetes mellitus no país.

 

Portugal é o país da Europa com a taxa de prevalência de diabetes mais elevada, atingindo mais de um milhão de portugueses, segundo o último relatório anual do Observatório Nacional da Diabetes, mais especificamente 13% da população entre os 20 e os 79 anos, de acordo com o relatório de Saúde de 2014, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

 

Além disso, são diagnosticados todos os anos 60 mil novos casos e sabe-se hoje que 27% da população portuguesa apresenta um risco de desenvolver diabetes no futuro.

 

Edite Nascimento alerta que «se nada for feito, o número de casos vai aumentar muito no futuro».

 

O número crescente de casos diagnosticados e de complicações relacionadas com esta doença tem repercussões económicas, sociais e individuais difíceis de contabilizar.

 

O tratamento da diabetes e das suas complicações representa cerca de 10% da despesa de saúde em Portugal, o que corresponde a cerca de 1% do Produto Interno Bruto.

 

Só a diabetes (excluindo custos indiretos, pessoais e sociais) tem um custo direto em saúde estimado entre os 1.250 e os 1.500 milhões de euros (entre 8 e 9% das despesas em saúde).