Especialistas defendem que estimulação magnética transcraniana é alternativa “mais segura” aos fármacos 54

Especialistas defendem que a estimulação magnética transcraniana (TMS), um tratamento para retreinar o cérebro usando eletricidade, é uma alternativa “mais segura” aos medicamentos para tratar casos graves de depressão ou outras doenças de saúde mental e vícios.

As vantagens da TMS quando comparada com o uso de medicamentos foram hoje defendidas pelo chefe da área de neuropsiquiatria do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, e professor em Harvard.

O psiquiatra, Joan Albert Camprodon, falava hoje, de acordo com a Lusa, no encontro WeMind International Forum (WMIF), que reúne até quarta-feira em Espanha profissionais da área da longevidade, neurociência e saúde mental.

O psiquiatra explicou que, diferentemente dos tratamentos farmacológicos, a estimulação cerebral “fala a mesma linguagem do cérebro”, por recorrer ao uso de energia elétrica ou eletromagnética para modular a função cerebral afetada por uma doença.

O cérebro é um órgão elétrico e pode receber terapias com eletricidade, que é a sua própria linguagem, para restaurar esses processos, defendeu o especialista, argumentando que a ferramenta de estimulação cerebral atinge apenas o cérebro e permite uma intervenção direta na área afetada, sem afetar o fígado, os pulmões ou os rins.

“Desta forma, retreinamos o cérebro e ensinamos-lhe que o seu ponto de equilíbrio não é aquele que leva à depressão, mas sim outro que dá lugar a um estado emocional, comportamental e cognitivo mais adaptativo”, disse o psiquiatra de Harvard.

A tese foi sustentada ainda pela apresentação dos resultados de relatórios que medem e avaliam os resultados de saúde e de qualidade alcançados por alguns agentes do sistema de saúde espanhol, no período entre 2017-2023, que indicam que os medicamentos às vezes são utilizados em casos para os quais não seriam indicados.

Essa dinâmica, segundo o documento, é observada nos hipolipemiantes, frequentemente utilizados em pacientes com diabetes e colesterol, cujo uso inapropriado terá aumentado 17,2%, e nos benzodiazepínicos, para tratar a ansiedade, aumentado 14,1%.