Especialistas propõem fundo para financiar medicamentos inovadores 28 de outubro de 2014 A dificuldade e o atraso no acesso a alguns medicamentos inovadores para os utentes do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente em doenças como o VIH/sida ou o cancro, vão estar em debate nesta terça-feira na Assembleia da República, segundo o jornal “Público”.
Um grupo de especialistas que participaram no “Think Tank” – Pensar a Saúde – Promover e Disponibilizar a Inovação aos Cidadãos, coordenado pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa com, o apoio da farmacêutica Roche, vai apresentar uma proposta no sentido de se criar um fundo específico para financiar a inovação e que deverá contar tanto com dinheiro do Orçamento do Estado como da Indústria Farmacêutica.
As principais conclusões do grupo apontam para que o primeiro passo seja distinguir as meras novidades da verdadeira inovação terapêutica para, depois, conseguir com as verbas do fundo cobrir a diferença entre o tratamento tradicional e o inovador. Uma ideia que segundo Ana Escoval, professora da ENSP e uma das coordenadoras do trabalho, é «particularmente interessante e importante com a atual situação económica e financeira de Portugal», que tem influenciado as verbas disponíveis para medicamentos que podem «trazer melhor qualidade de vida aos doentes».
As primeiras propostas do grupo foram apresentadas há um ano e a ideia é, agora, sensibilizar os decisores políticos, no Parlamento, para o facto de a inovação terapêutica paga com dinheiro público não representar apenas despesa, podendo trazer a médio e longo prazos ganhos em saúde tanto para os doentes e suas famílias, como para a própria sociedade ou para o Estado.
A sessão, além de intervenções de deputados de todos os partidos com assento parlamentar, contará ainda com uma apresentação do diretor do Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte e investigador no Instituto de Medicina Molecular, Luís Costa, e com o testemunho de dois doentes que consideram que o acesso a terapêuticas inovadoras alterou o prognóstico das doenças que lhes foram diagnosticadas. Um dos casos diz respeito a um cancro da mama e o outro a um tumor raro da coluna.
No início de dezembro o grupo irá apresentar as conclusões finais do acesso a terapêuticas inovadoras em exclusivo para a área oncológica. |