Espinho e Gaia acolhem projeto para apoiar cada doente com cancro 795

07 de Dezembro de 2015

A Administração Regional de Saúde (ARS) Norte, o IPO do Porto e os Centros de Saúde Espinho e Gaia vão desenvolver o projeto “GIDO – Gestão Integrada do Doente Oncológico” que promove o acompanhamento personalizado dos doentes com cancro.

Para a implementação do projeto junto dos pacientes oncológicos dos centros de saúde vão ser criados canais de comunicação estruturados entre as Unidades de Saúde de Cuidados Primários e o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto durante o diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos doentes, noticiou a “Lusa”.

Segundo Helena Beça, médica da Unidade de Saúde Familiar de Espinho, a iniciativa pretende «melhorar a qualidade de vida do doente oncológico» através de uma «melhor prestação de cuidados» e vai ser inicialmente testada com os doentes do serviço de urologia do IPO-Porto, cerca de 40, podendo ser expandida a «todos os serviços do Norte».

«Quando fazemos um diagnóstico numa doença oncológica os doentes são referenciados para um hospital e há um afastamento [do doente] dos cuidados primários que faz com que não recorra à sua unidade do saúde mas sim ao hospital», algo que não é «prático» em termos de deslocação e exige «maiores custos», destacou. Para Helena Beça, um dos principais objetivos do “GIDO” é «dar conforto e qualidade de vida ao doente que está em fim de vida» visto que, nesse caso, «há uma mudança de paradigma dos cuidados, porque não há intenção curativa».

«O doente que esteja na fase final da doença oncológica sente-se numa terra de ninguém porque o IPO ou outro hospital já não está vocacionado para essa fase que passa mais por garantir qualidade de vida. Os cuidados primários também não estão alerta para esta situação, logo há um vazio que ninguém está a assumir e parece importante que nesta fase haja uma boa comunicação», sublinhou Helena Beça.

O projeto “GIDO” integra-se no programa Boas Práticas de Governação, uma iniciativa da Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa, que surgiu em 2010.