Na sequência da interpelação do deputado do PEV José Luís Ferreira ao Governo, através do Ministério da Saúde, em que se volta a colocar em causa o encerramento da Farmácia Beatriz Ângelo, o NETFARMA foi ouvir Eunice Barata, proprietária da referida farmácia. Recorde-se que a farmácia do Hospital Beatriz Ângelo é a única das farmácias localizadas em hospitais do SNS que permanece em funcionamento, tendo as restantes encerrado por falta de viabilidade financeira.
A farmacêutica vincou a existência de uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos (ILC), contestando a aplicação do Decreto Lei 241/2009 que determina o encerramento da Beatriz Ângelo, manifestando a convicção de que a existência da farmácia não contribui para a degradação da restante rede de farmácias locais. Pelo contrário, afirma que «a existência de uma farmácia dentro de um hospital fortalece a rede de Farmácias, pois esta serve melhor os seus utentes, não existindo um problema de degradação da rede. Esta Farmácia interessa a todos».
A ILC defende a manutenção e possível abertura de farmácias nas instalações dos hospitais do SNS e foi entregue na Assembleia da República e na Comissão de Saúde com mais de 23.000 assinaturas, sendo votada em breve na Assembleia da República. Quatro Municípios servidos pelo Hospital Beatriz Ângelo e o próprio hospital apoiam igualmente esta ILC. Segundo Eunice Barata «a ILC defende o interesse dos utentes e do Estado».
O PEV vem agora juntar-se ao PAN, que anteriormente tinha levantado a mesma questão, manifestando uma posição muito próxima da do anterior Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que, de acordo com Eunice Barata, deixara registada na Assembleia da República a opinião de que «o eventual fim deste serviço representaria uma efetiva perda de qualidade de serviço prestado pelo Hospital Beatriz Ângelo». A atual titular da pasta da Saúde, Marta Temido, tem feito saber que pretende ver cumprida a revogação do diploma que permitiu a abertura e manutenção de farmácias comunitárias em Hospitais do SNS.