Estado comparticipa medicamento à base de canábis 1745

Chama-se Sativex, destina-se a doentes com esclerose múltipla e é o primeiro medicamento feito à base de canábis em Portugal.

A lei da canábis medicinal entrou em vigor a 1 de fevereiro deste ano, mas só à sensivelmente um mês que a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) aprovou a comparticipação do fármaco.

Agora, e segundo o mesmo Infarmed, o Estado vai suportar 37% do preço por embalagem. Este medicamento “inclui-se no grupo dos analgésicos e antipiréticos e é comparticipado pelo escalão C — 37%” e vai poder ser vendido nas farmácia de rua.

“Na avaliação económica, os valores custo-efetividade incrementais associados à introdução do medicamento Sativex no arsenal terapêutico, assim como os resultados do impacto orçamental, foram considerados aceitáveis, depois de negociadas melhores condições para o SNS, tendo em atenção as características específicas do medicamento e da doença em causa”, explica o relatório público de avaliação de comparticipação.

Uma embalagem custa atualmente 475 euros. Ainda assim, nem o Infarmed nem a farmacêutica Almirall, responsável pela comercialização do medicamento na Europa, adiantaram o valor para venda.

Apesar de este fármaco estar autorizado em Portugal desde 2012, a empresa não tinha ainda avançado com o processo de comercialização. Até agora, o fármaco só podia ser comprado consoante um pedido de autorização especial, e foi o que o Centro Hospitalar Lisboa Central fez entre 2016 e 2017, quando dispensou 21 unidades deste medicamento.

A Almiral estima que o medicamento esteja no mercado português em setembro deste ano.

Além do Sativex, o Infarmed está a avaliar um pedido de autorização de um produto feito à base da mesma planta.