Tanto o Estado, através do Serviço Nacional de Saúde (SNS), como os utentes, tiveram um aumento de despesas no que ao uso de medicamentos no meio ambulatório diz respeito em 2022, relativamente ao ano anterior.
No relatório de “Monitorização do Consumo de Medicamentos” do Infarmed, afeto ao mês de dezembro de 2022, é revelado que a despesa do SNS com medicamentos, entre janeiro e dezembro de 2022, representou um valor total de 1 567,6 milhões de euros. Traduz-se num incremento de mais 9,6% em relação ao período homólogo de 2021 que, por sua vez, havia já crescido mais de 5% em relação a 2020.
Regista-se ainda um aumento continuado do custo médio por embalagem, com um aumento de 1,3% de 2021 para 2022. No entanto, desde 2016 que a subida é praticamente constante, em particular nos medicamentos de marca: o custo médio passou de 15,56 euros em 2016 para 17,81 euros em 2022.
Neste sentido, as classes terapêuticas com maiores encargos são os antidiabéticos (378 542 718 milhões), os anticoagulantes (184 047 246 milhões) e modificadores do eixo renina angiotensina (118 091 609 milhões). As substâncias ativas com maiores encargos são apixabano, rivaroxabano e aapagliflozina. Já as que registaram maiores aumentos foram semaglutido, dapagliflozina e metformina + dapagliflozina.
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No que diz respeito aos encargos por parte dos doentes, assinala-se uma despesa média de 82,80 euros per capita. Os valores, mensalmente sempre superiores aos de 2021, representaram 816,8 milhões de euros, um aumento de 7,4% em relação ao período homólogo. O encargo médio do utente por embalagem situou-se nos 4,53 euros, não existindo qualquer mudanças no último ano.