13 de Maio de 2015 O Estado gastou menos dinheiro com os medicamentos administrados nos hospitais públicos, apesar de o consumo ter aumentado 0,4 por cento, sendo maior a despesa com os fármacos fornecidos na consulta externa, hospital de dia e cirurgia de ambulatório. De acordo com o relatório do INFARMED sobre o “Consumo de Medicamentos em Meio Hospitalar”, o encargo para o Estado com os medicamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi de 959 milhões de euros em 2014. Neste período, a despesa diminuiu 1,6 por cento, face a 2013, tendo o consumo aumentado 0,4 por cento: 233 milhões de unidades consumidas. Segundo o documento, o ambulatório hospitalar – consulta externa, hospital de dia e cirurgia de ambulatório – continua a ser a área de prestação com maior peso no total da despesa. A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos vendidos em ambulatório cresceu 0,9% em 2014, totalizando 1.170 milhões de euros, segundo um relatório do INFARMED a que a “Lusa” teve acesso. Segundo a Monitorização mensal do consumo de medicamentos no ambulatório do SNS, este aumento deveu-se à «introdução dos valores dos subsistemas públicos no SNS». Sem a despesa com estes subsistemas, a despesa do SNS diminuiu 0,2%, lê-se no documento. «Outro fator que explica o aumento dos encargos do SNS e dos utentes em valor absoluto foi o aumento do número de embalagens dispensadas, que atingiu em 2014 os 153 milhões, mais 2,6% que em 2013». De acordo com o INFARMED, «o encargo médio do utente por embalagem diminuiu 0,6%, sendo de 4,59 euros em 2014». Neste período, os grupos terapêuticos com maior peso na despesa do SNS foram os antidiabéticos orais (13,7%) e os anti-hipertensores com ação no eixo renina angiotensina (10,2%). Nesta área, os encargos mantiveram-se «estáveis face a 2013 e totalizaram 740 milhões de euros» (77% da despesa total). O relatório refere ainda que 15 das 46 unidades do SNS representam aproximadamente 80% da despesa com medicamentos, com o Centro Hospitalar de Lisboa Norte a liderar estas instituições mais gastadoras: 127.940.229 euros. Seguem-se o Centro Hospitalar de Lisboa Central (100.474.581 euros) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (97.968.406 euros). Ainda assim, oito destes 15 hospitais baixaram a despesa com medicamentos, entre os quais os mais gastadores: Centro Hospitalar de Lisboa Norte (-6,4%), Centro Hospitalar de Lisboa Central (-6,4%) e Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (1,7%). De acordo com esta monitorização, «os hospitais que mais contribuíram para o decréscimo» da despesa foram o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Relativamente aos medicamentos abrangidos por regimes especiais de comparticipação de cedência em farmácia hospitalar, a despesa foi de 340 milhões de euros (-3,8% face a 2013). Nesta rúbrica, «os medicamentos para a infeção por VIH/sida e os medicamentos para a artrite reumatoide assumem especial preponderância com um peso de 85% na despesa com este grupo de medicamentos». O tratamento do VIH/sida totalizou uma despesa de 204.443.162 euros e com a hepatite C foram gastos, nestes regimes, 8.380.113 euros. |