Estudantes de Ciências Farmacêuticas debatem Saúde no Porto 854

Os estudantes de Ciências Farmacêuticas reuniram-se no Porto, durante dois dias, para discutirem várias matérias no que se refere à área da saúde e que dizem respeito à sociedade portuguesa em geral.

O encontro contou com com a presença de oradores e facilitadores representantes da ordem profissional, associações sectoriais e demais personalidades de relevo.

Os temas que foram debatidos consistiram nos “Cuidados de saúde primários”, “A iliteracia em saúde enquanto epidemia do século XXI e o papel dos futuros profissionais”, “Evolução do paradigma no acesso ao mercado de trabalho: a visão dos estudantes” e “Investimento na prevenção em saúde”.

Relativamente à falta de literacia, os estudantes defendem que há um excesso de informação de fontes não fidedignas, o que acaba por ter consequências nos comportamentos dos portugueses. Um dos casos que abordaram foi o problema atual com as campanhas anti-vacinação, que devido à falta de fundamentação, estão a colocar em risco os portugueses.

Quanto ao tema do financiamento e investimento, os estudantes defendem que existe uma falta de preocupação por parte da tutela em aumentar o investimento direto do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e acham que devia haver a aplicação de uma verba mais significativa de modo a que a saúde seja de fato universal e acessível a todos, tal como dita a Constituição.

Os estudantes chegam mesmo a referir, que em comparação com o resto da Europa, Portugal se encontra abaixo da média, o que significa que há no nosso país um menor financiamento no Setor da Saúde relativamente à percentagem de Produto Interno Bruto (PIB) em comparação com a maioria dos países europeus.

Ainda sobre este tema, ressalvaram a importância das Parcerias Público-Privadas (PPP), que com uma boa colaboração com a instituição pública, pode levar à prevenção do agravamento da escassez de recursos que se verifica no SNS.

Outro dos problemas abordados foi o facto da área da Saúde se encontrar fragmentada, apresentando uma clara falta de comunicação entre profissionais de saúde. Para além disso, verifica-se ainda a criação de barreiras entre profissionais de saúde que colocam o ónus na valorização da classe profissional e não do sistema em si, fazendo com que os utentes não tenham um sistema de saúde que merecem, e que centralize o indivíduo em qualquer unidade de saúde.

Os estudantes ainda tiveram tempo para debater a implementação do Farmacêutico de Família, visto as farmácias serem a maior rede de cuidados próximos dos utentes, e que se devia aproveitar essa ligação em beneficio do utente.