Estudantes de Medicina querem menos vagas nos cursos para garantir formação de qualidade 732

Estudantes de Medicina querem menos vagas nos cursos para garantir formação de qualidade

14 de Março de 2016

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) quer diminuir o número de estudantes de Medicina, alegando que a quantidade de alunos compromete a qualidade da formação médica em Portugal.

A instituição entregou ao Governo uma proposta para reduzir, em cinco anos, de 1.800 para cerca de 1.300 o número de estudantes de medicina por ano.

Esta é também uma preocupação apontada por diretores de faculdades de medicina, Ordem dos Médicos e Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar. Contactado pelo “DN”, o Ministério da Saúde adiantou que irá analisar a proposta em conjunto com o Ministério da Ciência e do Ensino Superior, que não respondeu às questões do “DN”.

Como o número de estudantes é superior à capacidade formativa atual, a associação propõe ao Governo a «extinção imediata do contingente adicional de 15% de vagas [cerca de 250] para licenciados a admitir nos cursos de Medicina». Segundo André Fernandes, presidente da ANEM, quem quer tirar um segundo curso «não deve ter condições privilegiadas, muito menos quando há excesso de vagas». A outra proposta é a «redução fracionada de 3% ao ano», num total de 15% ao fim de 5 anos. Caso a proposta seja aceite, seriam menos 300 vagas em Medicina já este ano.

Um dos problemas apontados no documento é o rácio de alunos por tutor, o médico no hospital que os acompanha e que ainda tem internos do ano comum e do internato da especialidade à sua responsabilidade.