Estudo: Apenas 8% das pessoas em risco tomam profiláticos para o VIH
26 de julho de 2017 O estudo “Flash! PrEP na Europa”, sobre a utilização da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), na Europa, revelou que apenas 8% das pessoas com comportamentos de risco usam ou já usaram este tratamento que pode prevenir a infeção pelo VIH/sida. Apresentado hoje na conferência internacional sobre investigação em VIH/sida, que decorre em Paris, o estudo visou avaliar o conhecimento, o interesse e a utilização deste tratamento que procura evitar que o VIH entre no sistema imunitário da pessoa, se instale e reproduza, numa população alvo, como homens que fazem sexo com homens e transsexuais. O “Flash! PrEP na Europa” foi realizado pelas organizações não-governamentais AIDES e Coalition PLUS, em parceria com a Universidade de Amesterdão e 15 associações europeias envolvidas na luta contra o VIH/sida. Com uma participação de 16 mil pessoas, a investigação foi feita simultaneamente em 12 países, entre os quais Portugal, entre 15 de junho e 15 de julho de 2016. O presidente da AIDES, Aurélien Beaucamp, afirmou que “este estudo revela um verdadeiro problema de informação sobre a Profilaxia Pré-Exposição entre aqueles que estão mais expostos, mas também mostra que, quando as pessoas conhecem esta nova ferramenta e têm informação de qualidade, dizem que estão interessadas em usá-la. Apenas 55% dos inquiridos afirmou conhecer a Profilaxia Pré-Exposição, sendo que 73% mostraram interesse em usá-la. Perante estes dados, o estudo mostra que «é urgente» divulgar a existência do PrEP. O estudo defende que “sem autorização oficial na maioria dos países europeus, sem reembolso no sistema de seguro de saúde e sem cuidados orientados para as necessidades das populações, o acesso ao tratamento permanecerá extremamente complicado”. Ainda assim, garante que “essas barreiras podem ser facilmente ultrapassadas, melhorando a qualidade da informação e alterando os métodos de obtenção dos comprimidos (por exemplo, promovendo a sua prescrição)”. A PrEP está autorizada e disponível nos Estados Unidos desde 2012 e em França desde 2016. Na Europa, alertam as organizações, só quatro países (Bélgica, Escócia, França e Noruega) autorizaram a utilização deste tratamento, apesar das recomendações internacionais e da recente integração na lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde e de ter sido autorizado pela Agência Europeia do Medicamentos há um ano. |