Os valores mais elevados de risco de incidência de cancro colorretal tendem a localizar-se no litoral Norte e Centro e os de mortalidade em Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo, segundo estudo que será divulgado hoje.
O estudo “Padrões geográficos da incidência e mortalidade por cancro colorretal nos concelhos de Portugal Continental em 2007-2011” foi realizado no âmbito do doutoramento de Rita Roquette, especialista em sistemas de informação geográfica do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA).
À agência “Lusa”, a investigadora informou que o objetivo é «descrever e comparar os padrões geográficos da distribuição da incidência e da mortalidade por cancro colorretal em Portugal continental». Rita Roquette concluiu que «a distribuição geográfica tanto da incidência como da mortalidade por cancro colorretal é heterogénea» e que os valores mais elevados de risco de incidência de cancro colorretal tendem a localizar-se no litoral Norte e Centro e de mortalidade em Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo.
Quanto à explicação desta situação, a investigadora avança que provavelmente estará relacionada com fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de cancro e com o estádio do cancro à data do seu diagnóstico, mas ressalva que «a análise destes fatores não fez parte dos objetivos do estudo, pelo que não é possível fornecer uma hipótese de explicação mais concreta».
No que diz respeito à prevenção deste tipo de cancro, a especialista avança que «a medida mais eficaz identificada na literatura internacional para prevenir o cancro colorretal é a adoção de comportamentos saudáveis, tais como fazer uma alimentação saudável, não fumar, e realizar rastreios ao cancro colorretal». Informa-se ainda que o cancro do cólon passou a ser, em 2018, a primeira causa de novos casos de cancro em Portugal.