Estudo da Universidade de Aveiro revela confiança na vacinação contra a covid-19 657

A “generalidade” dos cerca de 2.550 inquiridos num estudo realizado pela Universidade de Aveiro (UA), entre os quais professores, idosos e profissionais de saúde, onde se incluem farmacêuticos, manifestou ter confiança na vacinação contra a covid-19.

O estudo, realizado entre 21 de abril e 10 de maio de 2021, incluiu um questionário ‘online’ a 1.062 professores (educação pré-escolar, ensinos básico, secundário e superior) e a 890 profissionais de saúde (médicos, farmacêuticos, enfermeiros e dentistas), bem como um questionário por entrevista telefónica assistida por computador a 602 idosos não institucionalizados.

Segundo a coordenadora do estudo, Teresa Herdeiro, em declarações à Lusa, “de uma forma global, os resultados evidenciam uma elevada confiança da população na vacinação contra a covid-19”. “É igualmente importante salientar que os participantes no estudo que apresentavam maior confiança nas entidades e instituições de saúde também apresentavam maior predisposição a aceitar a vacinação”, diz a investigadora.

Cerca de 60% dos profissionais de saúde e idosos e aproximadamente metade dos professores já tinham sido vacinados com a primeira dose aquando da realização do estudo. No entanto, cerca de 10% de todos os participantes referiram que não estavam dispostos a receber a vacina quando esta lhes fosse disponibilizada e uma proporção superior a 30% mostrou-se cética em relação ao potencial da vacinação para pôr fim à pandemia.

Uma das conclusões do estudo foi que a hesitação na vacinação “estava principalmente relacionada com a incerteza sobre a eficácia e possíveis efeitos indesejáveis da vacina, particularmente entre professores e profissionais de saúde (cerca de 50%), e não com a origem do fabricante da vacina”. “Mais de 75% dos participantes consideraram as autoridades competentes como uma fonte de informação fiável relativamente à vacinação contra a covid-19”, anota.

“De uma forma geral os resultados mostraram que quem tinha maior preocupação quanto à segurança e eficácia das vacinas era também mais cético em relação à vacinação contra a covid-19”, acrescenta, dando conta de que esse dado foi transversal aos três grupos em estudo (profissionais de saúde, professores e população idosa).

O trabalho foi coordenado por Teresa Herdeiro, investigadora do Instituto de Biomedicina (ibimed), e também assinado por Tânia Silva e Marta Estrela, igualmente investigadoras daquela unidade de investigação da UA.