Estudo em Coimbra sobre doença de envelhecimento de crianças financiado por EUA 431

Estudo em Coimbra sobre doença de envelhecimento de crianças financiado por EUA

13 de Outubro de 2015

Duas instituições norte-americanas vão financiar uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) de Coimbra que estuda a doença que provoca o envelhecimento rápido de crianças, foi hoje anunciado.

 

Uma equipa do CNC da Universidade de Coimbra (UC), liderada por Cláudia Cavadas, vai ser financiada por «duas instituições americanas», para estudar a progeria, «doença rara incurável em que as crianças envelhecem muito rapidamente e não chegam à vida adulta», afirma a UC, numa nota, citada pela “Lusa”.

 

O grupo de especialistas do CNC vai investigar o potencial do neuropeptídeo Y (NPY), uma molécula que estimula uma espécie de “reciclagem” de partes envelhecidas das células, denominada de autofagia.

 

Apoiados em estudos realizados anteriormente em ratinhos de laboratório, os cientistas da UC consideram que esta molécula poderá ser «um regulador de envelhecimento, contrariando os efeitos» da doença (síndrome de progeria de Hutchinson-Gilford), acrescenta a UC.

 

«Este financiamento vai permitir continuar a nossa investigação nesta doença fatal e, no futuro, poderá auxiliar na descoberta de uma estratégia terapêutica que contrarie o envelhecimento acelerado destas crianças e, quem sabe, atrasar o envelhecimento natural de todos nós», admite a responsável pelo projeto, Cláudia Cavadas.

 

As instituições dos EUA que vão financiar, durante dois anos, a continuação da investigação, são a Fundação The Progeria Research Foundation (PRF) e a organização Carly Cares.

 

A fundação tem apoiado «projetos em todo o mundo que resultaram em descobertas importantes sobre a progeria» e a parceria agora estabelecida «permitirá o surgimento de investigação inovadora nesta doença rara», acredita Audrey Gordon, diretora executiva da PRF, citada pela UC.

 

Por seu lado, a Carly Cares «angaria verbas para financiar investigação que aumente a vida dos doentes e que tenha um impacto positivo nas famílias», explica Heather Kudzia, presidente da Carly Cares – instituição com o nome da sua filha, de cinco anos de idade, diagnosticada com progeria.

 

A Carly Cares «não poderia estar mais orgulhosa de apoiar este estudo», do CNC, assegura Heather Kudzia.

 

A progeria é uma doença genética rara, caracterizada por um envelhecimento acelerado.

 

A mortalidade das crianças atingidas pela progeria é provocada por «problemas cardíacos resultantes da arteriosclerose (espessamento e endurecimento das paredes das artérias), associada tipicamente à velhice», podendo ocorrer em crianças «logo aos dez anos de idade».

 

As capacidades mentais destas crianças permanecem intactas, apesar de apresentarem um corpo envelhecido, caracterizado, por exemplo, por rugas, perda de cabelo, problemas nas articulações e perda de massa muscular, refere a UC.