Estudo: Estilo de vida determinante para diminuir risco de Alzheimer
15 de julho de 2014
Milhões de casos de Alzheimer podem ser evitados se os doentes mudarem de estilo de vida, um fator determinante para diminuir os riscos desta doença neurodegenerativa, indica um estudo.
De acordo com os cientistas, basta caminhar 20 minutos três vezes por semana para ajudar na oxigenação do cérebro e na consequente prevenção da doença.
Os peritos consideram que a doença de Alzheimer, uma doença neurológica complexa relacionada com a idade, pode ser influenciada pela genética e também pelo ambiente.
Com o aumento da população e da idade média de vida, o estudo considera que 106 milhões de pessoas poderão sofrer de Alzheimer em 2050, contra 30 milhões em 2010, de acordo com estimativas realizadas em 2007.
O estudo, conduzido por Carol Brayne, professora de Saúde Pública na Universidade de Cambridge, interessa-se por sete fatores de risco comprovadamente ligados à doença: diabetes, hipertensão e obesidade surgidas a meio da vida, inatividade física, depressão, tabagismo e baixo nível de educação.
Ao reduzir cada um destes fatores de risco em 10%, será possível baixar a incidência de Alzheimer até aos 8,5% até 2050, e evitar nove milhões de doentes.
Em 2011, alguns especialistas consideraram que um em cada dois casos de Alzheimer podia ser evitado com mudanças no estilo de vida e no bem-estar pessoal.
Este novo estudo estima que esta proporção é demasiado elevada, dado que há fatores associados.
Por exemplo, a diabetes, hipertensão e obesidade estão ligadas à inatividade física, e todos são influenciados pelo nível de educação.
O artigo, publicado na revista “The Lancet Neurology”, é um modelo matemático fundado na noção de que os sete fatores de risco são as causas, mais do que simples relações estatísticas – uma hipótese frequentemente debatida em medicina.
«Apesar de não existir um único meio para evitar a demência, é possível reduzir os riscos de sofrer da doença», indica Brayne num comunicado publicado na segunda-feira pela universidade de Cambridge, apontou a “Lusa”.
«Sabemos que vários destes fatores estão frequentemente ligados. Se atacarmos a inatividade física, por exemplo, podemos reduzir os níveis de obesidade, hipertensão, diabetes e evitar a demência em certas pessoas, elevando a qualidade de vida dos seniores», acrescenta.