Alguns adolescentes admitem tomar medicamentos frequentemente, avança o estudo “A Saúde dos Adolescentes Portugueses” integrado na investigação “Health Behaviour in School-Aged Children”, desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esta investigação baseou-se nas respostas de alunos do 8º e 10º anos de escolaridade sobre a regularidade com que tomam medicamentos.
Quando inquiridos sobre a toma de medicamentos no mês anterior, 52,6% dos inquiridos constataram que se medicaram por causa de dores de cabeça, um quarto dos inquiridos tomou medicação para as dores de estômago, 16,5% para as dores de costas e 11,5% para o nervosismo. Já 9% tomou fármacos para ajudar a adormecer e 7,6% afirmam tomar medicação para a memória e concentração, e 6,5% para a “tristeza”.
Em declarações ao jornal “Público”, a coordenadora do estudo, Margarida Gaspar de Matos, defende que há uma lacuna no Serviço Nacional de Saúde no que diz respeito a psicólogos para acompanharem as questões de saúde mental infantil.
A coordenadora afirmou ainda que na falta de preparação dos pediatras e médicos de família a estas problemáticas, muitas vezes a resposta acaba por ser medicamentosa.
No entanto, Margarida Gaspar de Matos alerta que os efeitos a longo prazo desta regularidade de medicação são desconhecidos em fases de desenvolvimento, como no caso destes jovens.
Ainda que alguns destes medicamentos sigam uma recomendação médica, Margarida Gaspar declara ao jornal “Público” que «mais de um quarto destes miúdos tomaram estes medicamentos sem prescrição médica».