De acordo com estudo realizado por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e da Escola Superior de Educação do Porto, os farmacêuticos evidenciam um “elevado nível de burnout” pessoal e nas relações com o utente e o trabalho.
Esta análise debruçou-se sobre o tema do impacto do burnout nos profissionais de saúde portugueses durante a pandemia de covid-19, com os resultados a serem segmentados pelas diferentes classes profissionais.
Os resultados globais mostram que mais de metade dos profissionais de saúde em Portugal apresentam sinais de burnout, depressão, ansiedade e stress e resiliência.
No que respeita à profissão de farmacêutico, o estudo indica que 53% dos farmacêuticos evidenciaram elevado nível de burnout na relação com o utente, 52% mostraram elevado nível de burnout relacionado com o trabalho e 48% indicaram elevado nível de burnout pessoal.
Apenas 8% dos farmacêuticos iniciaram medicação para a sua saúde mental neste período, com a maioria dos medicamentos tomados a pertencerem ao grupo dos ansiolíticos.
Para os autores desta investigação “o burnout é uma problemática ocupacional relevante para os farmacêuticos. Este grupo profissional, pelo seu contacto direto com os utentes dos serviços de saúde, tem uma atividade muito exposta aos problemas sanitários da população e isso verificou-se com especial destaque durante o estado de emergência”.
“Esta exposição e pressão contínuas, conduzem a uma exaustão emocional, que pode ter implicações no exercício da atividade profissional e na relação com o utente”, concluem os investigadores.
Esta estudo foi realizado através da análise de questionários respondidos por 88 farmacêuticos, 76% dos quais estiveram na “linha da frente” do combate contra o novo coronavírus.