Estudo: «O modelo atual das farmácias não é economicamente viável»
13 de agosto de 2018 As farmácias estão a enfrentar dificuldades económicas desde a última década e não se prevê uma melhoria do setor, segundo conclui o relatório “Sustentabilidade da Dispensa de Medicamentos em Portugal 2015, 2016 e Projeções 2017”. «Em todos os anos em análise, o resultado líquido da farmácia média apurado para o segmento de medicamentos comparticipados teve resultados negativos, confirmando que o modelo económico atual para a dispensa de medicamentos sujeitos a receita médica e não sujeitos a receita médica comparticipados não é economicamente viável», lê-se no documento a que o jornal “Expresso” teve acesso. De acordo com o documento elaborado em coautoria por Avelino Azevedo Antão, da Universidade de Aveiro, e Carlos Manuel Grenha, da sociedade de revisores oficiais de contas Oliveira, Reis & Associados, «verifica-se a falência do modelo económico das farmácias» devido à «redução acentuada de preços e das margens negativas na dispensa de medicamentos, sem que seja viável compensar a perda de margem pela venda de outros produtos e serviços». Relativamente ao ano de 2017, perspetiva-se «uma ligeira recuperação do resultado líquido face ao ano anterior, continuando a obter-se um resultado negativo de 1.756 euros com rentabilidade de vendas negativas de 0,2%», refere o mesmo documento. Este estudo, que resulta de um pedido da Associação Nacional das Farmácias (ANF), demonstra as repercussões das medidas implementadas pelo primeiro Governo de José Socrates, aquando da liberalização da venda de medicamentos não sujeitos a receita médica e da propriedade das farmácias. |