De acordo com um estudo publicado na National Library of Medicine (NIH) do National Center for Biotechnology Information (NCBI), há a possibilidade de reinfecção no mesmo doente por duas estirpes diferentes de SARS‐CoV‐2.
O trabalho foi denominado por “COVID-19 re-infection by a phylogenetically distinct SARS-coronavirus-2 strain confirmed by whole genome sequencing” e tem como autores Kelvin Kai-Wang To, Ivan Fan-Ngai Hung, Jonathan Daniel, Allen Wing-Ho Chu, Wan-Mui Chan, Anthony Raymond Tam, Carol Ho-Yan Fong, Shuofeng Yuan, Hoi-Wah Tsoi, Anthony Chin-Ki Ng, Larry Lap-Yip Lee, Polk Wan, Eugene Tso, Wing-Kin To, Dominic Tsang, Kwok-Hung Chan, Jian-Dong Huang, Kin-Hang Kok, Vincent Chi-Chung Cheng e Kwok-Yung Yuen.
De acordo com a análise realizada, a reacção imunológica à infecção por coronavírus é incerta, mas sabe‐se ter tendência a desaparecer progressivamente com o tempo, após a infecção inicial. No caso do SARS‐CoV‐2, por exemplo, existe evidência de progressiva diminuição de títulos de anticorpos neutralizantes 1‐2 meses após a infecção. Há casos descritos em que, após uma negativação pós‐infecção inicial, os doentes vêm a apresentar testes positivos mais tarde. Nestes casos, a questão é diferenciar entre disseminação viral persistente (virus shedding) e uma real reinfecção.
Este estudo apresenta um caso de reinfecção por duas estirpes diferentes de SARS‐CoV‐2 num doente imunocompetente. Os autores analisaram amostras respiratórias obtidas durante dois episódios de covid‐19, num intervalo de tempo de 142 dias.
Através da comparação da sequenciação genómica das duas estirpes, foi possível concluir que se estava na presença de duas linhas virais distintas. Durante a 2ª infecção, verificou‐se também um aumento dos teores de PCR e uma nova seroconversão IgG.
Este é um dos primeiros casos identificados de reinfecção pelo SARS‐CoV‐2 em doente imunocompetente.
Pode consultar o estudo aqui.