Estudo: Resultados promissores nos testes para primeira vacina contra dengue
14 de julho de 2014
Os testes da terceira fase do ensaio clínico para verificar a eficácia da primeira vacina contra a dengue apresentaram resultados promissores, referiu sexta-feira a revista “Lancet” sobre a doença, que anualmente atinge 100 mil de pessoas.
Os ensaios clínicos feitos nos últimos três anos em cinco países da Ásia apuraram uma redução de 56,5% dos casos de dengue sintomática e de 88,5% nos de dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença.
Segundo a revista, os testes, que abrangeram 10275 crianças dos dois aos 14 anos residentes na Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietname, que receberam três doses da vacina, cada, demonstraram uma proteção moderada de 56% dos casos de dengue sintomática.
O estudo apurou igualmente uma redução de 88,5% dos casos de dengue hemorrágica, além de uma queda de 67% no número de hospitalizações relacionadas à patologia.
«Os nossos resultados sugerem que a vacinação com vacina candidata pode reduzir a incidência de infeção por dengue sintomática em mais da metade e acima de tudo reduzir os internamentos relacionados com a doença grave. Esta vacina candidata tem potencial para ter um impacto significativo na saúde pública, tendo em vista fardo da doença alta em países endémicos», disse a investigadora do Instituto de Pesquisa de Medicina Tropical, nas Filipinas, Maria Rosário Capeding, indicou a “Lusa”.
A dengue é uma doença transmitida por mosquito que infecta, por ano, cerca de 390 milhões de pessoas, dos quais cerca de 96 milhões sofrem de infeção sintomática.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o fardo global da doença aumentou 30 vezes nos últimos 50 anos, com mais de metade da população mundial em risco de contrair a dengue.
Atualmente, não existe nenhuma vacina licenciada disponível para tratar ou prevenir a dengue, que foi inicialmente descoberta nos anos 1950 na Tailândia e Filipinas.