Estudo revela como farmacêuticos podem ter um ambiente de trabalho (mais) saudável 476

O Laboratório Português de Ambiente de Trabalho Saudáveis e o Human-Environment Lab da Universidade Lusófona realizaram um estudo que permite caracterizar o Ambiente de Trabalho Saudável dos Farmacêuticos numa perspetiva sistémica e muldimensional tendo em conta a ética e valores da organização, o compromisso da liderança, o envolvimento dos profissionais, o ambiente e riscos psicossociais do trabalho, o envolvimento com a comunidade e responsabilidade social, o ambiente físico, os recursos para a saúde e adaptação ao teletrabalho.

O estudo, denominado BEATS – Burnout, Expectativas e Ambientes de Aprendizagem e Trabalhos Saudáveis, teve como objetivo caraterizar o burnout entre os profissionais de saúde e compreender de que forma os ecossistemas do ambiente de trabalho podem funcionar como fator de proteção ou fator de risco ao seu desenvolvimento.

O projeto, coordenado por Tânia Gaspar, contou com a colaboração de várias entidades ligadas ao setor da Saúde, nomeadamente da Ordem dos Farmacêuticos.

 

Propostas para um ambiente mais saudável

As propostas de melhoria para tornar o ambiente de trabalho mais saudável sugeridas no estudo foram organizadas em quatro níveis.

  • Organizacionais

Os participantes sugerem “intervalos regulares de pausas efetivas, a contração de mais pessoal para a equipa, a renovação e aumento da copa, o encerramento da farmácia aos fins de semana, a resposta a questionários para avaliar o grau de satisfação, a criação de uma sala de convívio ampla e com ambiente descontraído, melhores equipamento e melhores instalações”.

 

  • Liderança

A este nível, quem colaborou no estudo referiu, segundo o documento, que gostaria que “houvesse um reajuste de carga horária semanal de 40 para 35horas, mudança de horários para conciliar vida pessoal/familiar e profissional, melhores condições de trabalho, melhores remunerações ou outro tipo de benefícios (como seguro de saúde, aumento de subsídio de alimentação)”.

Foi ainda destacado “alterações dos prazos de entrega, atribuição de mais dias de descanso, o aumento do número de recursos humanos ou diminuição das tarefas diárias obrigatórias, chefia direta mais adaptada às exigências, ter o dia de anos de folga, não trabalhar mais de 4h sem pausa, formação em civismo, a permissão de teletrabalho, respeito e simpatia por parte da chefia e reunião semanal de equipa”.

 

  • Relações laborais e conteúdo do trabalho

Os participantes sugerem “a promoção de dias de convívio, ações estruturadas de equipa fora do ambiente laboral e o aumento da comunicação entre as pessoas da equipa”.

 

  • Saúde e bem-estar

Os indivíduos sondados apontam a necessidade de “melhoria de condições ergonómicas (como apoios para descanso), consultas de psicologia regulares, o pagamento do ginásio aos colaboradores, a promoção de exercício físico, formação em mindfulness, organização de caminhadas uma vez por mês, parceria com ginásios e a prática de sessões de terapia e spa”.

 

O estudo pode ser consultado aqui.