Segundo uma investigação do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) em parceria com o Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o anti-inflamatório ibuprofeno tem efeitos anticancerígenos sobretudo no cancro do colón, inibindo o crescimento de células malignas.
Esta investigação, que foi publicada revista European Medical Journal indica que este medicamento anti-inflamatório de uso comum impede as células cancerígenas de produzirem variantes tumorigénicas de certas proteínas.
De acordo com este estudo, o ibuprofeno tem ainda outro modo de ação anticancerígena, pois impede as células cancerígenas de produzirem variantes tumorigénicas de certas proteínas.
Mas esta não é uma novidade. O uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides, como é o caso do ibuprofeno e da aspirina, já anteriormente tinha sido associado a um efeito quimiopreventivo contra o desenvolvimento do cancro do cólon em indivíduos com risco aumentado. Na altura foi explicado o seu efeito inibitório sobre uma atividade enzimática do organismo, que está na origem da produção de moléculas pro-inflamatórias conhecidas como prostaglandinas.
Um estudo mais sistemático dos efeitos do ibuprofeno poderá agora indicar quais os subgrupos genéticos desta doença que beneficiariam da inclusão deste AINE no regime terapêutico administrado.
Segundo os dados mais recentes da Agência Internacional de Investigação do Cancro (IARC), o cancro do cólon passou a ser em 2018, a primeira causa de novos casos de cancro em Portugal.