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Estudo revela que trabalhar por turnos envelhece o cérebro mais depressa

05 de novembro de 2014

Um estudo de uma equipa de investigadores da Universidade de Swansea, no País de Gales, revelou que as pessoas que trabalham por turnos alternados sofrem perturbações e um envelhecimento da função cerebral.

De acordo com o estudo publicado na revista norte-americana “Esquire”, e hoje conhecido, alterar os turnos de forma irregular e desregrada pode levar a danos da função cerebral, não só em termos de memória, mas também de rapidez de raciocínio.

O estudo, que também incluiu investigadores de outras universidades europeias, observou, durante 15 anos, cerca de 3.000 pessoas que trabalhavam por turnos e que tinham passado por uma rotatividade acentuada de horários.

Entre estes trabalhadores, 1.197 tinham feito por ano 50 turnos diferentes durante uma década, tendo sido analisada a sua capacidade cognitiva depois de se terem reformado, em 1996, 2001 e 2006. Foram comparados com outros profissionais com horários regulares e que se reformaram nos mesmos anos.

Os que tinham trabalhado por turnos rotativos apresentavam problemas de memória, de processamento rápido de informação e de deterioração geral das capacidades cognitivas, quanto comparados com os trabalhadores que tinham os horários regulares.

Mas o estudo, citado pela “Lusa”, revela ainda que é possível recuperar as capacidades cognitivas quando for interrompido o trabalho por turnos, embora possam ser necessários cerca de cinco anos.

Nas conclusões do estudo, os investigadores salientam que não é somente a saúde daqueles profissionais que está em causa, mas também a das pessoas com quem lidam.

Este não é o primeiro estudo do género a demonstrar que a rotação de turnos provoca danos na saúde, pesquisas anteriores revelaram que este tipo de rotação irregular leva a níveis mais baixos de serotonina, assim como uma probabilidade elevada de diabetes tipo 2, ataques cardíacos e úlceras.

No entanto, os investigadores são cautelosos em não apontar somente um fator para esta causa, considerando que há dois grandes “suspeitos”: a interrupção do relógio interno do corpo e a privação da vitamina D proveniente do sol.

Os efeitos dos padrões de sono perturbado são mais fáceis de perceber, já que o relógio interno, que regula o sono e o apetite, mantém o cérebro em modo de tensão constante. Quando alguém trabalha no turno da noite e depois tem de enfrentar de forma alternada o turno da manhã, sente-se sonolento quando está a trabalhar e ativo quando deveria estar a dormir.

Segundo um estudo mais antigo referido no site “Science Daily”, os trabalhadores de turnos noturnos e diurnos, dormem tipicamente menos uma a quatro horas do que a média. Alguns efeitos da privação do sono são imediatamente sentidos: sonolência, raiva, depressão, ansiedade, diminuição do desejo sexual, esquecimento e abrandamento de reflexos.