Duas grandes cadeias de farmácias dos EUA concordaram em pagar 10.700 milhões de dólares (cerca de 10,15 mil milhões de euros) para terminar com vários processos judiciais sobre a má supervisão das prescrições de opioides no país, anunciou um grupo de procuradores.
A CVS concordou em pagar 5.000 milhões de dólares (cerca de 4.750 milhões de euros) em dez anos, enquanto a Walgreens pagará 5.700 milhões de dólares (cerca de 5.400 milhões de euros) em 15 anos, explica a Lusa.
Ambos os grupos concordaram em adotar mecanismos para melhorar a gestão de medicamentos prescritos, refere um comunicado de 18 procuradores que negociaram os termos do acordo.
Cada Estado deve agora decidir individualmente se aceita este acordo antes do final do ano e, caso não exista apoio suficiente, as empresas podem desistir, apesar de alguns estados já terem dado a sua aprovação, como Nova Iorque, Massachusetts ou Pensilvânia, segundo noticiaram órgãos de comunicação locais.
Em novembro, outro grande grupo norte-americano acusado de má supervisão de medicamentos prescritos, o Walmart, apresentou um acordo semelhante, no valor de 3.100 milhões de dólares (cerca de 2.900 milhões de euros).
Ações judiciais contra empresas farmacêuticas nos Estados Unidos têm sido uma das principais exigências das administrações estaduais e locais dos EUA, na luta contra a crise de opióides no país.
Todos os anos, milhares de norte-americanos morrem de overdose de opióides, encontrados em analgésicos que as empresas farmacêuticas anunciaram no final dos anos 1990 como seguros e não viciantes.
De acordo com muitos dos queixosos, as empresas farmacêuticas ajudaram a criar danos públicos ao não valorizar o uso abusivo dos seus produtos por muitos dos seus utilizadores.
Em Nova Iorque, um megaprocesso do Ministério Público contra os grandes envolvidos na crise dos opióides foi encerrado recentemente, embora a maioria tenha evitado sentar-se no banco dos réus ao concordar com acordos multimilionários antes do início do julgamento. No final, o único grupo declarado responsável foi a farmacêutica Teva.