EUA preparam reunião com três países afetados por surto de Ébola
01 de agosto de 2014
Os Estados Unidos estão a preparar uma reunião conjunta com os três países africanos afetados pelo surto de Ébola e profissionais de saúde, disse ontem a Secretária de Estado Assistente norte-americana para os Assuntos Africanos, Linda Thomas-Greenfield.
O surto de Ébola tem vindo a afetar a Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria, na África Ocidental, e a Secretária de Estado Assistente garante que os Estados Unidos estão a trabalhar de forma próxima com os três países.
«Nós estamos a trabalhar em conjunto com os três governos para arranjar uma reunião com os nossos profissionais de saúde para falarem sobre como nós podemos ajudar a lidar com esta crise e entender melhor o que eles talvez vão precisar», disse Linda Thomas-Greenfield.
A governante norte-americana falava numa videoconferência de imprensa, transmitida para embaixadas do país em várias capitais africanas, perspetivando a Cimeira Estados Unidos/África, que terá lugar em Washington, entre 4 e 6 de agosto.
Acrescentou que o Governo norte-americano tem estado em contacto com os líderes dos três países, disponibilizando apoio para combate a este surto, nomeadamente através da cedência de equipamento de proteção individual e peritos médicos.
O Presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, declarou ontem “estado de emergência pública” para travar o surto de Ébola, que já causou 233 mortos no país.
«Os desafios extraordinários requerem medidas extraordinárias», afirmou Bai Koroma, numa mensagem dirigida à nação.
«No momento, proclamo o estado de emergência pública como forma mais contundente a fim de enfrentar o surto de Ébola», sublinhou o Presidente, acrescentando que cancelou a sua participação na cimeira de Washington para poder ocupar-se da crise provocada pela doença.
Segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), na Serra Leoa foram registados 533 casos e 233 mortes pela doença.
Esta epidemia, sem precedentes, assola a África Ocidental desde o dia 22 de março, quando o surto surgiu na Guiné-Conacri.
A África Ocidental mobilizou todos os recursos ao seu alcance para travar o surto de ébola, que já infetou 1323 pessoas, das quais 729 já morreram, segundo a OMS.
A comunidade internacional já começa a preocupar-se com a extensão do surto de Ébola, como um perigo real, e o Governo britânico já realizou na quarta-feira uma reunião de emergência para avaliar a ameaça.
A doença – que se transmite por contacto direto com sangue e fluídos corporais de pessoas ou animais infetados – causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade que chega aos 90%.
Esta é a primeira vez que se identifica e confirma-se uma epidemia de ébola na África Ocidental, pois até agora sempre aconteceram na África Central.