Eurico Castro Alves: «Vamos criar uma espécie de “loja do cidadão” dedicada só aos funcionários da EMA»
01 de agosto de 2017 A candidatura de Portugal a sede da Agência Europeia do Medicamento foi entregue ontem. A cidade do Porto concorre agora com mais 18 cidades europeias. A proposta constava num dossier de mais de 100 páginas, coordenado pelo Ministro da Saúde. Numa entrevista concedida ao “Diário de Notícias”, Eurico Castro Alves, antigo presidente do INFARMED e um dos atuais coordenadores da candidatura do Porto para acolher a Agência Europeia do Medicamento, mostrou-se confiante na proposta oficial apresentada. Eurico Castro Alves explicou que existem, neste momento, três hipóteses de edifícios para acolher a EMA, sendo que não é posta de parte a opção, no futuro, de construir um espaço de raiz, caso as necessidades o justifiquem. Ao todo, serão cerca de 900 os postos de trabalho transferidos para Portugal, caso a proposta saia vencedora. Estes trabalhadores trazem consigo as suas famílias, o que se traduz numa necessidade de infraestruturas específicas. Eurico Castro Alves garante que o Porto tem «uma capacidade hoteleira mais do que suficiente», sendo que existe «um conjunto de escolas» com ofertas educativas em inglês, francês e alemão, em diferentes níveis de escolaridade já destinado para acolher as 650 novas crianças esperadas na cidade. «Além de preenchermos todas as condições técnicas, temos um país extremamente acolhedor, bem organizado, de pessoas hospitaleiras.», afirma ao DN. A candidatura apresenta ainda soluções para garantir que os problemas domésticos e logísticos dos trabalhadores da Agência Europeia do Medicamento e das suas famílias são resolvidos. «Vamos criar uma espécie de “loja do cidadão” dedicada aos funcionários da EMA», dedicada a «arranjar o colégio e as matrículas para as crianças, tratar de todas as questões de legalizações e burocracias, aluguer ou compra de casa» e ainda um «”concierge” da saúde». «Qualquer problema de ordem médica que tenham, além de tratar imediatamente da inscrição no sistema nacional de saúde, temos um acompanhamento personalizado para encontrar as soluções para essas pessoas. Vão ter um número de telefone disponível 24 horas e sempre que necessitarem de algum apoio na saúde, ligam e temos alguém que fala inglês que os orienta e acompanha nos casos que justifique», explica Eurico Castro Alves. O antigo presidente do INFARMED diz que não acredita que mais nenhum outro país tenha um serviço tão inovador para oferecer. A decisão final sobre qual será o país a acolher a Agência Europeia do Medicamento é conhecida em novembro. |